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ESTAMOS DE VOLTA

Grande alegria voltar a escrever rotineiramente sobre política. E porque estava ausente? Foco em outros projetos, um pouco de comodismo e de preguiça. Mas, agora estamos de volta. De início agradecer ao amigo Gomes Sobrinho pelo convite para integrar o time do Rede News 360. A princípio, vamos escrever nas terças, quintas e sábados. A ideia é que a coluna seja postada pela madrugada e amanheça disponível para os leitores. A pretensão é falar, comentar, analisar e dar palpite sobre os fatos da política nosso RN e no País.

COLOCANDO OS PINGO NOS IS

Antes que comecem as rotulações se sou de esquerda ou direita, se voto em Lula ou em Bolsonaro, se sou tendencioso ou imparcial, entre outras classificações, faço questão de deixar bem claro meu posicionamento. Não sou isento. Tenho uma formação voltada para a promoção social, vejo o Estado como instrumento de um melhor equilíbrio social, assegurando aos mais pobres serviços de qualidade e oportunidades iguais. Sou evangélico, acredito em Deus e me preocupo em tentar dar testemunho dos valores cristãos nos quais acredito. Sou crítico da gestão Bolsonaro que considero incapaz de apontar soluções para os graves problemas do País, por isso pretendo votar em Lula para presidente, considerando a herança social deixada pelas suas duas gestões. Ponto final.

O TETO BAIXO DE FÁTIMA

Sempre que me perguntam sobre a eleição para o Governo do Estado, tenho comentado que a governadora Fátima Bezerra é candidata à reeleição com um teto muito baixo. As intenções de voto na governadora se repetem há mais de um ano na casa dos 30% e isso é muito baixo para quem já é conhecida do eleitor e sobre quem o eleitor já reúne todos os elementos que precisa para fazer um julgamento. O fato é que os pesquisadores estão chegando nas casas e perguntando em quem o entrevistado vota e apenas um terço deles estão dizendo o nome de Fátima. Isso significa que os outros dois terços estão se negando a dizer o nome de Fátima. E isso ocorre por várias razões.

AS RAZÕES DO NÃO-VOTO EM FÁTIMA

Há os que dizem que não votam em Fátima pelas razões do antipetismo, há os que dizem que não votam nela porque tiveram uma experiência direta e negativa com a gestão e há os que não estão dizendo o nome dela por razões mais superficiais, porque não gosta de alguma coisa específica ou porque, no íntimo, desejariam encontrar uma opção melhor para votarem. É necessária uma pesquisa qualitativa para entender o peso de cada um destes não-votos e suas razões. Entendo que há uma margem dentre estes, que agora não citam Fátima como alvo do seu voto, que estão esperando por uma opção que atraia a atenção, mas que poderão decidir por votar em Fátima caso esta opção mais simpática não se apresente.

O MEDO DO NOME NOVO

Neste cenário que estou descrevendo, penso que o maior temor da governadora Fátima Bezerra é pelos nomes novos na disputa. O risco aumenta na proporção em que possam surgir nomes novos com capacidade de atrair o foco do eleitor. Fátima monitora seus adversários e deseja que sejam nomes já de certa forma “passados” em eleições, nomes já conhecidos e avaliados, com os quais o eleitor não venha a se surpreender. Quanto menos conhecidos, mais aumenta a variável incerta de atrair a simpatia ou antipatia do eleitor.

MOSSORÓ JÁ PASSOU POR ISSO

Mossoró viveu de certa forma este mesmo dilema na eleição municipal de 2020. Rosalba Ciarlini disputava a reeleição de prefeita e passou toda a fase de pré-campanha navegando em intenções de votos que giravam em torno de um terço do eleitorado. O eleitor mossoroense estava desejoso de novas e melhores opções, mas caso não encontrasse, não teria dificuldades em votar em Rosalba de novo. Aí surgiu Allyson Bezerra, nome novo, confiável, preparado, com enorme carisma no contato tete-a-tete com o eleitor, com uma empatia nas redes sociais e com uma campanha de muita movimentação e envolvimento. O eleitor conheceu Allyson, confiou nele e não pensou duas vezes em escolher o novo.

PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

Bom, então, Fábio Dantas e Styvenson Valentim, podem ser estes nomes novos e ameaçar Fátima? Essa deva ser a pergunta que o leitor deve estar me fazendo nesse momento. Penso que Styvenson não. Fábio, talvez. Vou explicar. O senador militar Styvenson navegou na eleição passada num clima da antipolítica que favoreceu qualquer discurso confiável de mudança. O nosso senador tinha uma imagem recente e construída em cima da anticorrupção, aquele que cumpria o dever, prendia pobres e ricos, ético, sério, etc. Hoje o cenário mudou, a antipolítica perdeu parte do encanto, Styvenson se mostrou arrogante, intratável, dono da verdade, isolado, penso que o encanto passou. Ele tem sim, um nicho ainda do eleitorado, mas não acredito que seja suficiente para repetir 2018 como surpresa eleitoral.

SITUAÇÃO DE FÁBIO DANTAS

Sobre Fábio Dantas penso que seu histórico eleitoral de pouca visibilidade seja seu grande trunfo quando se trata de vislumbrar o novo. Embora seus opositores trabalhem para lhe vestir a camisa da velha política tendo sido vice-governador de Robinson, penso que ele não terá dificuldades de sair dessa com a lembrança que Fátima e o PT arrastaram muito mais asa para Robinson do que ele. Fábio Dantas ainda é um livro não lido pela grande maioria do eleitorado. Poucos teriam motivos consistentes neste momento para rejeitá-lo. Sendo assim, ele pode ou não vir a preencher essa lacuna que dois terços do eleitorado esperam ver preenchida. Mas, ninguém ganha só por isso. Fábio vai precisar demonstrar que está preparado, que conhece os problemas do Estado e tem boas soluções e que é uma pessoa confiável. Se vai conseguir ou não, não sei. Talvez.

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Postado por Neto Queiroz

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