Aos poucos estamos voltando à ativa. No próximo dia 1º de junho estou de volta à Rádio Difusora, no programa “Mais Política” que vai ao ar de segunda a sexta, ao meio dia. Ao lado de Paulo Linhares, Wellington Morais, Emerson Linhares e convidados vamos bater papo sobre política e fazer análises dos cenários municipal, estadual e federal. Uma grande alegria para mim este retorno após a minha primeira passagem pelo programa alguns anos trás. Vamos em frente, minha gente.
ANALISANDO O ROSALBISMO HOJE
Várias vezes fiquei analisando com meus botões sobre o futuro do rosalbismo em Mossoró. Após a derrota de Rosalba em 2020, quando perdeu a reeleição que era tida como certa pelo grupo e a vitória avassaladora do atual prefeito Allyson Bezerra, muita gente se indagou naquele momento se o rosalbismo estava morto e sepultado ou se seria uma mera interrupção de jornada. O fato é que em política tudo depende das circunstâncias de cada momento, não se pode sacramentar como verdade definitiva um recorte momentâneo da realidade. Tudo depende da sequência de eventos futuros.
AS VÁRIAS ENCRUZILHADAS E AS ESCOLHAS
Uma coisa é certa, Rosalba Ciarlini tem várias encruzilhadas à frente, as escolhas que fizer agora, os caminhos que escolher, serão determinantes para definir o futuro. Não são escolhas fáceis. A começar pela decisão de se candidatar ou não no pleito previsto para outubro próximo. Essa decisão parece já ter sido tomada e deverá ser pela não candidatura. Rosalba apoiará Beto Rosado para deputado federal e na vaga de deputado estadual ainda estuda duas alternativas: lançar o vereador Francisco Carlos como nome do grupo ou apostar em Jorge do Rosário, que foi o candidato a vice-prefeito na chapa de 2020, ao lado dela.
2022 TERÁ CONSEQUÊNCIAS EM 2024
E cada escolha que fizer, uma nova encruzilhada pela frente. Isso porque a escolha que ela fizer agora implica diretamente na eleição municipal de 2024. A princípio, todos imaginam que Rosalba será a candidata natural do grupo na nova disputa municipal daqui a dois anos, enfrentando a possível candidatura à reeleição do prefeito Allyson Bezerra. O detalhe é que Allyson tem uma gestão muito bem avaliada e continuando assim eleva-se a condição de favorito na disputa futura. Se não houver chances reais de vitória, a lógica diz que Rosalba não vai querer se oferecer ao ônus de mais uma derrota, justamente porque seria sacramentar o declínio definitivo de todo o grupo político que ela representa. Perdendo em 2024, dificilmente Rosalba faria em 2028 uma nova tentativa de retorno, até mesmo por uma questão de idade. Considerando então o cenário em que Rosalba não pretenda disputar contra Allyson, justamente por causa dos índices atuais de aprovação do prefeito, presume-se, por dedução, que o nome que for apoiado por ela na eleição de outubro próximo, assumirá a dianteira na corrida para ser o candidato do rosalbismo também em 2024.
CASO O APOIO VÁ PARA CHICO CARLOS
Voltamos então para o ponto da encruzilhada em que a ex-prefeita se encontra e que necessita escolher se apoiará este ano Francisco Carlos ou Jorge do Rosário. Optando por Francisco Carlos, haverá uma sinalização de que o grupo estará apostando num possível retorno da ex-prefeita em 2024, considerando que Francisco Carlos não tem atualmente a viabilidade e a projeção em pesquisas que lhe garanta uma chance mediana de sucesso na eleição. Poderia passar a imagem ao eleitor que o vereador seria um nome posto com o objetivo de preencher o espaço e assegurar o possível retorno de Rosalba no futuro. Ou noutra forma de dizer, seria um nome para marcar o espaço e não ameaçar os planos futuros.
CASO O APOIO VÁ PARA JORGE
Caso o rosalbismo decida dar apoio a Jorge do Rosário e a ex-prefeita vá as ruas pedir votos, a sinalização seria na vertente oposta. Isso porquê Jorge está viabilizando melhor sua candidatura a deputado estadual e entre os analistas é considerado com boa chance de obter sucesso no pleito. Outra questão é que uma vitória de Jorge deflagraria sua candidatura em 2024 quase como natural. E terceiro, porque Jorge tem vida política própria. Considerando aquela premissa que já apresentei acima, de que o nome escolhido pelo Rosalbismo terá implicações daqui a dois anos, então escolher Jorge é sinalizar ao eleitorado que ele seria o nome a ter o apoio para a eleição municipal também. Assim estaria sepultada a hipótese de retorno de Rosalba a curto e médio prazo.
A RÉGUA QUE MEDIRÁ O ROSALBISMO
Outro dilema que deve já ter se formado na cabeça da ex-prefeita é sobre a força e o potencial do seu grupo político neste momento da política mossoroense. A ponto de Beto Rosado ter estabelecido as melhores bases da sua reeleição fora de Mossoró, assimilando a compreensão de que em Mossoró não há força política suficiente. Ou ainda, considerando a própria desistência de Rosalba em ser candidata este ano a deputada estadual, como um tácito reconhecimento que o tempo passou.
SER OU NÃO SER? EIS A QUESTÃO
Para finalizar retorno ao argumento inicial dessa exposição, de que a política é feita de circunstâncias. Atualmente, numa análise racional e baseado em fatos, o quadro é este que apresento acima. Mas, dependendo das circunstâncias, podemos ter novos cenários. É o ser ou não ser. Lembrando que as circunstâncias são criadas pelas escolhas. Escolhas estas que Rosalba deve estar fazendo nesse momento. Para errar ou para acertar.