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QUEM DARÁ PALANQUE A BOLSONARO NO RN?

Imagem: Alan Santos| PR

O presidente Jair Bolsonaro já definiu os palanques estaduais em quase todos os Estados do Brasil. Restam apenas três estados aonde falta uma definição. Um deles é o Rio Grande do Norte. Penso que a tarefa de oferecer um palanque a Bolsonaro no RN pertence a Rogério Marinho. Pelo que tomei conhecimento, houve uma certa cobrança por parte do staff de Bolsonaro na sexta-feira passada quando o presidente veio ao RN. O nome de Rogério para o Governo, Fábio Dantas, não apareceu durante a visita presidencial. A ausência de Fábio compromete a capacidade de Rogério em articular o palanque bolsonarista e o RN pode se tornar o único Estado do Brasil aonde o presidente não terá um candidato a governador para chamar de seu.

PALANQUE SEM CABEÇA DE CHAPA

Alguns podem até justificar que o próprio palanque de Rogério Marinho será suficiente para Bolsonaro, em necessidade de um candidato ao Governo. Não, não é. A prova disso é o próprio Rogério ter feito de tudo para ter um candidato ao Governo ao seu lado. Todos sabem que a pré-candidatura de Fábio Dantas foi toda montada dentro do escritório de Marinho. Ora, se o palanque sem cabeça de chapa não era suficiente para o projeto de Rogério, tampouco será para o projeto de Bolsonaro no RN.

FÁBIO DANTAS NÃO QUER

O desafio agora de Rogério Marinho será convencer Fábio Dantas a fazer do seu palanque o espaço para a ala bolsonarista. O próprio Fábio não compareceu à visita de Bolsonaro à Natal temendo pelos votos de cerca de mais de 20% dos eleitores potiguares que dizem votar em Lula, mas não dizem votar em Fátima. Fábio está de olho nesse pessoal. Além disso Fábio tem a questão partidária. O Solidariedade faz parte da aliança nacional em torno de Lula. O comando nacional não deu sinal verde para que o partido no RN ofereça palanque a Jair Bolsonaro. Haveria, portanto, esse choque dos interesses nacionais com o interesse estadual.

VAI SOBRAR PARA CLORISA

Considerando que somente Clorisa Linhares teve coragem de comparecer no evento de Bolsonaro, deduz-se que ela está almejando oferecer seu palanque a Bolsonaro. Na falta de outro, pode acabar sobrando para Clorisa. Ela, é claro, agradeceria aos céus se ganhasse esse presente eleitoral. Mas aí, Rogério, de novo, ficaria em maus lençóis, sem identidade entre Fábio Dantas e Clorisa Linhares.

MAIS UMA PESQUISA ELEITORAL

Ontem foi divulgada a pesquisa Brâmane com a corrida eleitoral no Rio Grande do Norte. Me parece que esse instituto pertence a um estatístico que reside em Natal, mas confesso que não tinha ainda ouvido falar. Pois bem, os números não trazem nenhuma novidade fora daquilo que estamos já cientes com as pesquisas anteriores que foram divulgadas. Na estimulada, Fátima Bezerra com 38%, Fábio Dantas com 16% e Styvenson Valentim com 13%. Ou seja, Fátima continua com seu teto baixo, Fábio ainda não empolgou o eleitor e Styvenson com e somente com seu eleitorado mais fiel. Continua tudo como antes.

O ESTRANHO CASO DOS VOTOS DE STYVENSON

Apenas um detalhe me chamou a atenção nessa pesquisa. O Instituto Brâmane pesquisou dois cenários na pesquisa estimulada. O primeiro com Fátima, Fábio e Styvenson e o segundo cenário sem Styvenson. O fato é que com a saída do senador, as intenções de votos em Fátima e Fábio permanecem exatamente as mesmas no cenário só com os dois. Fátima com os mesmos 38 pontos e Fábio com os mesmos 16. Isso significa que nenhum eleitor de Styvenson pretende votar nos outros dois. Nenhum mesmo. Todos migraram para o branco, nulo ou ninguém. Isso é estranho, porque a princípio se achava que Fábio herdaria uma parte desses eleitores de Styvenson, uma vez que os dois buscam o voto da oposição. Ledo engano.

SENADOR NÃO TOMA DECISÃO

E como era de se esperar, passou o dia 19 e o senador Styvenson Valentim deu de ombros para o ultimato do seu partido para que definisse se seria candidato ao Governo do Estado ou não. Styvenson não cumpriu o prazo e já avisou que não tem nenhuma pressa em tomar essa decisão. Num recado aos ansiosos, o senador disse que nem do partido gostava. Agora é aguardar qual será a posição que o diretório estadual do Podemos vai adotar após o pouco caso feito pelo Senador pela instância partidária. E aguardar para saber se o comando nacional do partido vai ficar ao lado de Styvenson ou do seu diretório.

A CULPA É DE TODOS, MENOS DE BOLSONARO

O problema com a alta dos preços dos combustíveis e com a volta da inflação não é um privilégio do Brasil. Está acontecendo em várias partes do mundo, inclusive entre as grandes nações. Mas cada qual lida com o problema de um modo diferente. Até mesmo os Estados Unidos com a subida dos juros e com uma política de subvenção está pronto para enfrentar a situação. Aqui no Brasil, o presidente culpa o ICMS, culpa os Estados, culpa os donos dos postos de combustíveis, culpa a Petrobras, mas não assume a própria culpa. Todos têm culpa, menos Bolsonaro.

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Written by Neto Queiroz

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