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FÁBIO E STYVENSON. QUEM SERÁ O PRINCIPAL ADVERSÁRIO DE FÁTIMA?

Imagem: Reprodução

Parece muito claro que a decisão do senador Styvenson Valentim (Podemos) será mesmo de se candidatar ao Governo do Estado. Ele alterou o local da convenção do partido que seria cartorial na Câmara Municipal de Natal para uma escola, onde ele tem um trabalho realizado. Isso significa que a ideia é fazer uma convenção mais festiva com grande presença de público. E é evidente que se a intenção fosse não anunciar candidatura ao Governo não faria sentido algum modificar a convenção para um evento festivo. Além da mudança na convenção, Styvenson tem feito falas que deixam claro o discurso de uma pré-candidatura.

TEREMOS SEGUNDO TURNO?

Considerando então o senador como nome confirmado na disputa ao Governo, a primeira questão que nasce é se esse cenário fará com que tenhamos segundo turno. As pesquisas atuais mostram que no cenário com Fátima Bezerra e Fábio Dantas haveria uma grande probabilidade de a eleição terminar no primeiro turno, dada a boa vantagem da governadora e o não crescimento de Fábio. Quando o cenário traz Styvenson como terceiro nome forte na disputa, a diferença dos votos de Fátima e dos demais candidatos cai significativamente e aponta para uma boa possibilidade de a eleição ser resolvida apenas no segundo turno.

DOIS ELEITORADOS DISTINTOS

Minha análise sobre essa questão é que a hipótese do segundo turno se torna provável com a disputa na oposição entre Fábio e Styvenson. Olhando as pesquisas divulgadas observamos que o eleitor de Styvenson não se confunde com o eleitor de Fábio Dantas. Nos cenários em que a pesquisa traz Styvenson numa primeira simulação e retira seu nome numa segunda simulação, o eleitor que disse que votaria em Styvenson não migra para Fábio Dantas. A quase totalidade dos eleitores de Styvenson migra para o nenhum ou não sei. Dessa forma, é possível concluir que a confirmação do senador do Podemos como candidato ao Governo agrega um percentual de votos que não está contabilizado na oposição. Isso indica que se houver crescimento de Fábio Dantas e de Styvenson no decorrer da campanha – e é provável que eles cresçam – então a possibilidade de haver segundo turno se torna mais concreta.

QUEM TEM MAIS CHANCES

Uma segunda questão que aparece com a confirmação da candidatura de Styvenson ao Governo é sobre quem se tornará, entre ele e Fábio Dantas, o principal adversário de Fátima Bezerra. Para responder essa questão precisamos analisar alguns pontos dessa fase de pré-campanha. As pesquisas indicam quase sempre um empate técnico entre Styvenson e Fábio Dantas. Sendo que Fábio é um pré-candidato lançado e que percorre o Estado já a algum tempo, enquanto que Styvenson sequer se lançou ou se articulou em torno de uma candidatura. Naturalmente, esperava-se que Fábio constituísse uma vantagem consolidada devido a trajetória que construiu até esse momento. E isso não aconteceu.

PRA ONDE VAI O VOTO BOLSONARISTA NO RN

Um segundo aspecto para responder a esse segundo questionamento é sobre o voto bolsonarista no Rio Grande do Norte. O presidente Bolsonaro detém hoje entre 25% e 35% dos votos do eleitor potiguar, dependendo de cada pesquisa. Trata-se de um percentual considerável e que certamente influenciará sobre os votos ao Governo do Estado. Nas duas ocasiões em que esteve no Rio Grande do Norte recentemente, o presidente Bolsonaro não contou com a presença de Fábio Dantas. É evidente que o eleitor bolsonarista faz uma leitura dessa falta de identidade. Considerando ainda que parte desse eleitorado de Bolsonaro olha meio torto para Fábio por ele já ter integrado o PCdoB e ter uma certa “pecha” de esquerdista. O fato é que Fábio ausentou-se nas visitas de Bolsonaro considerando que sem uma outra opção, o voto bolsonarista no Rio Grande do Norte seria automaticamente seu, visto que do outro lado estaria concorrendo a petista Fátima Bezerra.

STYVENSON LEVA VANTAGEM

O voto bolsonarista em relação a Styvenson soa mais natural. Pela própria carreira militar do senador, pela postura conservadora em suas manifestações e pelo discurso que em muito se assemelha ao discurso de Bolsonaro. Diante disso, é mais fácil concluir que o voto bolsonarista tende a ser um voto em Styvenson Valentim. E o próprio Styvenson tem pesquisas qualitativas em mãos que mostram essa tendência. A dúvida é se o senador, durante a campanha, vai querer fazer essa vinculação, uma vez que até hoje nunca se mostrou totalmente alinhado com o governo de Jair Bolsonaro ou se rejeitará esse tipo de associação.

FÁBIO PRECISA MOSTRAR COMPETITIVIDADE

Para concluir essa análise sobre quem terá mais condições de ser o principal adversário de Fátima na eleição, é preciso considerar que sobre Fábio Dantas existe uma sensação de que deveria ter ido um pouco além na pré-campanha, principalmente pelo fato de sua resistente ascensão nas pesquisas. Contra Styvenson pesa a repetição do velho jargão que não é político, não gosta de política, não gosta de partido e não aceita apoios de políticos. Esse mantra colou em 2018 quando havia um sentimento antipolítica no eleitor em geral, mas passamos por mudanças e frustrações com os que foram eleitos sob esse mantra, talvez seja um discurso que cole mais.

O VELHO MANTRA DE STYVENSON

Styvenson esbanja um ar arrogante sobre tudo e sobre todos, dono da verdade, desdenha do próprio eleitor e teve quatro anos de mandato como senador cujo resultado tem sido mais de bravatas e zombarias nas redes sociais do que ações concretas. Além da sociedade estar mais resistente ao discurso do murro na mesa da antipolítica, a própria insuficiência do mandato de Styvenson depõe contra ele. Porém, o fato de ter entre 11 e 13 pontos nas pesquisas, mesmo sem se dizer candidato, demonstra que ele ainda tem uma fatia importante do eleitorado que acredita na sua conversa e, é claro, com chances de agregar mais alguma coisa.

MINHA RESPOSTA AO QUESTIONAMENTO

Diante do exposto, a resposta sobre quem ganhará o papel de principal antagonista de Fátima Bezerra nessa eleição, diria que Styvenson tem hoje mais condições de ganhar essa disputa e se houver segundo turno, seria ele o adversário de Fátima. Mas ainda temos pela frente toda a fase de campanha, a propaganda no rádio e na TV, muita coisa ainda por acontecer. Fábio é mais desconhecido, tem mais chão para avançar e Styvenson tem que resgatar o eleitor que votou nele e se decepcionou. Então esperemos para ver se as previsões se concretizam ou não.

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Postado por Neto Queiroz

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