A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (19), a convocação do ministro Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para prestar esclarecimentos sobre os atos criminosos de 8 de janeiro.
Gonçalves Dias é o primeiro ministro de Lula a ser convocado pela Câmara. Os demais que prestaram esclarecimentos foram convidados. Em termos técnicos, a diferença é que a convocação obriga a autoridade a comparecer à reunião do colegiado.
A convocação se deu após acordo das lideranças da oposição e do governo. O representante do governo, Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), chegou a um entendimento com o da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), sobre a votação do pedido de convocação do ministro.
A audiência está marcada para a próxima quarta-feira (26), às 14h. Gonçalves Dias é obrigado a comparecer.
A pressão contra Gonçalves Dias se deu após a CNN revelar, com exclusividade, imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto que mostram a atuação de integrantes do GSI, inclusive o próprio ministro, durante a invasão de 8 de janeiro.
Nas imagens, é possível ver que o general Gonçalves Dias esteve no Palácio do Planalto no dia dos atos criminosos e indicou aos invasores o caminho da saída do prédio. Um dos militares do GSI identificado nas imagens chegou a cumprimentar os vândalos e oferecer água a eles.
Veja as imagens:
O ministro compareceria à Comissão de Segurança Pública nesta quarta, justamente para falar sobre o 8 de janeiro. Quando o convite ao ministro foi aprovado, porém, as imagens não haviam sido reveladas pela CNN, o que ocorreu na manhã desta quarta. Ele apresentou, pouco antes da audiência, um atestado médico justificando sua ausência.
De acordo com o documento, Dias foi atendido pelo Serviço Médico da Coordenação de Saúde às 13h desta quarta-feira, com quadro clínico agudo e com necessidade de medicação e observação, “devendo ter ausência em compromissos justificadas por motivo de saúde”.
O ministro havia sido convidado pela comissão a prestar explicações sobre a alegação de que o governo federal teria recebido vários alertas quanto ao risco iminente de ataques aos prédios públicos localizados na Praça dos Três Poderes antes dos atos criminosos do início do ano.
CNN