O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse que o Banco Central do Brasil está certo em colocar a taxa de juros no patamar atual. Além de político, ele é empresário e dirigiu por 26 anos uma rede de lojas do setor varejista que leva seu sobrenome.
A declaração ocorreu em uma entrevista à CNN, concedida ao programa do empresário Abílio Diniz, do grupo Pão de Açúcar. “Eu diria que o Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto, têm razão”, declarou. Zema comparou a taxa de juros a um termômetro.
“Não tem que mexer no termômetro, tem que mexer no doente, em quem está com febre”, explicou o político. “E quem está com febre é o governo, que gasta mais do que arrecada. A taxa de juros é só uma consequência.”
Atualmente, a Selic (taxa de juros básica da economia) está em 13,75% ao ano. Durante o governo Bolsonaro, ela chegou a ser fixada em 2% ― um dos menores níveis da história do Brasil. Contudo, a alíquota aumentou depois do surgimento da pandemia por coronavírus.
A elevação da Selic está relacionada ao controle da inflação. Quanto mais alta a taxa, mais alto o custo dos empréstimos. Ou seja: o mecanismo torna mais caro tomar dinheiro emprestado para investir. Além disso, ele aumenta a procura por investimentos em renda fixa. Desse modo, menos dinheiro fica em circulação, o que ajuda a conter a redução do poder de compra da moeda.
Zema diz que Lula tem discurso de ressentimento
Na opinião de Zema, Lula não está fazendo um governo de união, ao contrário do que o petista prometeu durante a campanha eleitoral. “Tenho observado um discurso de ressentimento em relação passado”, disse o governador sobre as falas do presidente da República.
“Nós temos de olhar para o futuro”, declarou. “São mais de 210 milhões de brasileiros. Eu vejo que não há nenhum plano consistente com relação ao futuro.”
Revista Oeste