Vittor Melo sinaliza rompimento com o prefeito ‘Bibi de Nenca’, cogita disputar Prefeitura e faz surgir movimento que pode “arrastar” oposição e mudar o rumo da política em Campo Grande-RN para 2024

Faltando ainda 1 ano e 4 meses para as próximas eleições municipais no Brasil, assim como de costume, as articulações com vistas a apoios, formações de nominatas e, principalmente, de chapas majoritárias, já estão em andamento. Nos pequenos municípios este momento é vivido de forma ainda mais intensa, pois, em muitos casos, há polarização fruto de históricos acirramentos entre lideranças políticas tradicionais, paixão partidária e forte radicalismo entre eleitores de lados opostos.

Em Campo Grande, município com cerca de 7 mil eleitores e população de quase 10 mil habitantes o qual fica localizado na Região Oeste do Rio Grande do Norte, como não poderia ser diferente, o jogo já está sendo jogado e, segundo fontes, por lá, um fato novo vem gerando desassossego para o atual prefeito, Francisco das Chagas Eufrásio Vieira de Melo (MDB), ou ‘Bibi de Nenca’ como ele próprio se apresenta, histórica liderança política local que, prestes a completar 65 anos e, à frente dos rumos do município pela terceira vez, ainda se mostra disposto a tentar uma nova reeleição e um quarto mandato. 

Ocorre que uma das especulações de bastidores que mais preocupam o gestor, está virando realidade. O jovem Vittor Melo, atual presidente da Câmara Municipal e em forte ascensão política no município, até então um dos principais aliados do prefeito ‘Bibi’, eleito inclusive pelo seu partido MDB em 2020, acenou com possível rompimento com o situacionismo e, mudando abruptamente sua postura ao comandar o parlamento local, passou a lançar fortes cobranças ao Executivo Municipal chefiado por ‘Bibi’, sobretudo cobranças voltadas para a questão da transparência, princípio imprescindível na administração pública. 

Ainda de acordo com fontes, indo além da nova postura adotada na condução do Legislativo Municipal, Vittor Melo já estaria externando a correligionários, sem pedir segredo, que de fato estaria disposto a disputar a Prefeitura de Campo Grande no próximo ano se tivesse o apoio massivo da oposição, atualmente ainda representada pelo ex-prefeito, Manoel Veras (PSB), outra histórica liderança política local, mas que enfrenta descrédito após ter tentado a reeleição e acabado derrotado com a máquina pública sob seu comando pelo hoje prefeito ‘Bibi’. 

Outro nome novo se destaca na política campograndense, agora pela oposição. Trata-se do empresário Tiago Cabral, o qual mesmo sem nunca ter entrado na política goza de grande prestígio junto à população e tem se permitido a especulações com o seu nome e a disputa majoritária. Nas rodas de conversas, onde a política local é o assunto da vez e os elogios à gestão do prefeito ‘Bibi’ esbarram em críticas de insatisfeitos, mantém-se o favoritismo governista, mas cresce a empolgação com o iminente rompimento de Vittor Melo e até já surgem conjecturas sobre uma possível composição entre Vittor e Tiago.  

Em uma dessas rodas de conversa, vários cenários eram hipoteticamente montados, até que um determinado interlocutor, mais acautelado, chamou os emotivos a uma reflexão sobre a quase sempre decisiva força da máquina pública no jogo político, frente às utopias do tipo em que, chegado um pleito eleitoral em um determinado município interiorano, alguém de oposição, mais abastado, movido seja lá por qual for o propósito, pega o capital financeiro da sua empresa ou família, fruto de uma vida de muito trabalho, e em seguida monta o seu “exército” e avança em direção à “fortaleza” – leia-se Prefeitura, de onde o exército adversário o espera pronto para resistir fazendo de bajuladores buchas de canhão e abusando de munição alheia o quanto preciso for e existir. 

Na sequência, outro cidadão, com ar de quem entende do assunto, não discordando do interlocutor anterior, mas demonstrando aparente “visão estratégica”, entrou na discussão já acalorada e conjeturou: “Olha, na minha opinião, se Vittor Melo realmente romper com ‘Bibi’, como dizem que vai romper ou que já rompeu, e sair da situação levando mais gente com ele lá da Câmara, isso pode encorajar a Dra. Leida e o pessoal do PT, que já romperam em outrora e deu certo para eles, e se o prefeito não conseguir reagir à altura, diante de um movimento desse, e não atrair alguém de peso da oposição para fazer a compensação, a oposição terá realmente condições de montar uma chapa para tomar o poder. É só ouvir o povo antes de montar.” 

Foi quando um cético interlocutor, aparentemente situacionista, que ouvia atentamente a discussão, disparou: “A eleição ainda é no próximo ano e vocês aí querendo unir até água e óleo, acreditando em rompimento de quem não solta sua teta, apostando em união de oposição, como se esquecessem que político é tudo igual, só pensam neles e nas casas deles! E aqui eu já ouvi tanto se, se isso, se aquilo, que vou até embora com essa!” 

As palavras duras do interlocutor que disparou sua real e foi embora, fizeram amarelar os sorrisos dos mais empolgados com os últimos acontecimentos dos bastidores da política, os quais deram uma sobrevida a oposição campograndense. 

Levantamentos sobre as eleições 2024 em Campo Grande-RN mostraram forte ascensão política do vereador Vittor Melo 

Em maio do corrente ano, o MOSSORÓ NEWS consultou internautas do município de Campo Grande-RN sobre qual a melhor opção para administrar aquele município a partir de 1 de janeiro de 2025.

Na ocasião, foram realizados dois levantamentos por meio de enquetes. No primeiro, foi realçado o favoritismo do atual prefeito, ‘Bibi de Nenca’ (MDB), que recebeu 43% dos 544 votos registrados no levantamento e certamente tentará a reeleição para um quarto mandato à frente dos destinos daquele município oestano. Entretanto, o resultado também acendeu um alerta no governismo municipal acerca da forte ascensão de um dos seus principais aliados, bem como no que diz respeito a um notório desejo de mudança que já se mostrava crescente na população campograndense. Pelo menos 57% dos internautas do município que opinaram na enquete já preferiram outros nomes para a Prefeitura ao invés do atual gestor.

O excelente desempenho do atual presidente da Câmara de Municipal, Vittor Melo (MDB), que ficou em segundo lugar entre os quatro nomes avaliados através do levantamento com 25% dos votos, inclusive superando o ex-prefeito Manoel Veras (PSB), que ficou em terceiro colocado com apenas 18%, foi uma situação que revelou não só a inclinação da população campograndense a querer experimentar algo novo, mas também uma dependência do atual prefeito ‘Bibi’ em relação à fidelidade do jovem parlamentar Vittor. Nos bastidores, já se especulava que Melo analisava o cenário político-administrativo pensando numa possível candidatura a prefeito. 

Já a terceira colocação do ex-prefeito Manoel Veras, revelou seu forte desgaste após perder com mais de 12 pontos percentuais de diferença ao tentar a reeleição em 2020. O ex-prefeito já não era visto por uma grande parcela do eleitorado de oposição como a melhor opção para um novo enfrentamento ao prefeito ‘Bibi’. Outro fato que reforçou essa percepção, foi a ascensão de outros nomes de oposição como o do empresário Tiago Cabral, que sem nunca ter entrado na política obteve 14% dos votos no levantamento.

Vittor Melo venceu o prefeito ‘Bibi de Nenca’ em embate direto

No segundo levantamento realizado em maio pelo MOSSORÓ NEWS, com vistas às eleições 2024 em Campo Grande-RN, a ascensão do presidente da Câmara Municipal, Vittor Melo (MDB) foi ainda mais realçada, pois o jovem parlamentar acabou vencendo o embate direto com o atual prefeito ‘Bibi de Nenca’ (MDB). Numa disputa voto a voto, Melo recebeu 119 (51%) dos 235 votos registrados na enquete que foi direcionada aos internautas campograndenses. O prefeito ‘Bibi de Nenca’ acabou ficando com 116 (49%), ou seja, foi inesperadamente superado pelo seu aliado que recebeu 3 votos a mais que ele. 

Neste segundo levantamento, o que se percebeu foi um grande desinteresse dos internautas de Campo Grande em relação a opinar entre os dois nomes governistas. A enquete recebeu 309 votos a menos que a anterior, que apresentou quatro nomes, sendo dois de oposição. O desinteresse dos internautas certamente se deu porque uma disputa entre o prefeito ‘Bibi’ e o seu então fiel aliado Vittor era, até então, algo pouco provável e que só foi testado naquela ocasião porque os dois foram os mais votados no levantamento anterior, inclusive uma situação que revelou também a grande fragilidade da oposição de Campo Grande naquele momento. 

Enquete não é pesquisa eleitoral, mas indica tendências e revela potencial de mobilização e engajamento

Honestamente, devemos sempre lembrarmos que enquetes em redes sociais não têm valor científico como pesquisa eleitoral, mas indicam tendências do eleitorado sondado e revelam a capacidade de mobilização e engajamento em prol de nomes testados junto ao público-alvo em períodos específicos nos quais cada levantamento do tipo é realizado.