Erinaldo Silva
José Nilton Cardozo, um idoso de 65 anos, está enfrentando uma batalha angustiante para conseguir realizar uma cirurgia na rede pública de saúde do Rio Grande do Norte (RN) para tratar um tumor de proporções gigantescas em seu rosto. A jornada de Cardozo para receber o tratamento necessário ilustra os desafios e obstáculos que muitos pacientes enfrentam no sistema de saúde pública.
A situação de José Nilton Cardozo começou a se desenrolar em março, quando ele entrou na fila de regulação para a cirurgia. O tumor intracraniano que o idoso carrega consigo exige uma intervenção cirúrgica complexa, e ele aguarda há meses pela oportunidade de passar pelo procedimento.
A luta de Cardozo ganhou um novo capítulo em junho, quando a Justiça do RN emitiu uma decisão liminar exigindo que a Secretaria de Estado de Saúde do RN (Sesap) garantisse com urgência a realização do procedimento médico pré-operatório de embolização do tumor intracraniano. A liminar também determinou que o material necessário para a cirurgia, segundo os padrões do Sistema Único de Saúde (SUS), fosse fornecido.
De acordo com a Sesap, a responsabilidade pela cirurgia de alta complexidade de José Nilton Cardozo recai sobre o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). A pasta explicou que a equipe de regulação já enviou os dados necessários ao HUOL, que está aguardando a chegada do material específico adaptado, vindo do Piauí.
O Hospital Universitário Onofre Lopes informou que recebeu a demanda e tomou medidas para adquirir os materiais específicos necessários para a cirurgia. A previsão é de que esses materiais sejam entregues pela empresa licitante na próxima semana. Após a chegada dos materiais, o hospital agendará a cirurgia de José Nilton Cardozo.
O tumor intracraniano que aflige o marceneiro é diagnosticado como meningioma, um tumor benigno que se origina nas membranas que revestem e protegem o cérebro. O crescimento descontrolado do tumor, localizado na fossa infratemporal direita, já causou até mesmo surdez em um dos ouvidos do idoso.
O caso de José Nilton Cardozo expõe a complexidade e a demora muitas vezes associadas ao acesso a tratamentos médicos especializados no sistema de saúde pública, reacendendo discussões sobre os desafios enfrentados por pacientes que necessitam de procedimentos de alta complexidade e urgência.
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