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Bebê usa máscara de oxigênio improvisada com embalagem de bolo em hospital no RN

Caso expõe precariedade da saúde pública; criança aguardava vaga em UTI.

Hospital usa embalagem de bolo como máscara de oxigênio em bebê de 3 meses — Foto: Reprodução

Um caso chocante expôs a precariedade da saúde pública no Rio Grande do Norte. A mãe de um bebê de três meses, internado no hospital de Santa Cruz (RN) com uma embalagem de bolo improvisada como máscara de oxigênio, relatou que seu filho chegou ao hospital “muito debilitado”. O bebê, com suspeita de bronquiolite, aguardava transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Kadja Juliane, mãe do bebê, explicou que seu filho possui um quadro delicado de saúde. Ele sofre de hidrocefalia, usa uma bolsa de colostomia e tem síndrome de Dandy-Walker, uma malformação no cérebro que afeta o desenvolvimento motor e causa aumento progressivo da cabeça. Segundo a equipe médica, no sábado, o bebê apresentava desconforto respiratório grave, congestão nasal, febre, rinorreia, vômitos e diarreia.

A prefeitura de Santa Cruz justificou que o hospital não é referência em urgência materno-infantil e que a médica plantonista usou a embalagem de bolo para montar um leito semi-intensivo enquanto aguardava a regulação para um leito de UTI. “Mesmo não tendo suporte para atender crianças, fizeram de tudo para atendê-lo”, disse Kadja Juliane, agradecendo a dedicação da equipe.

No entanto, essa situação revela um escândalo de proporções alarmantes. O uso de uma embalagem de bolo como máscara de oxigênio é um retrato desolador da saúde pública no estado. O improviso, embora tenha sido elogiado por ter ajudado na recuperação inicial do bebê, destaca a falta de recursos e estrutura adequada para atender emergências pediátricas.

Bebê foi internado no Hospital Varela Santiago, em Natal — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Na manhã desta terça-feira (11), o bebê foi finalmente transferido para Natal, onde recebeu tratamento no Hospital Infantil Varela Santiago. O médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que participou da transferência, Francisco Júnior, reconheceu que o improviso com a embalagem de bolo foi essencial para estabilizar o bebê.

A família, desesperada por uma vaga de UTI, temia que a precariedade do hospital de Santa Cruz pudesse piorar ainda mais a situação do bebê. “Nosso maior medo era que ele pegasse outras infecções, porque o hospital não é preparado para uma criança”, desabafou a mãe.

O hospital municipal de Santa Cruz emitiu uma nota explicando que o bebê deu entrada com um quadro grave e foi medicado enquanto aguardava a transferência para uma unidade com UTI pediátrica. A direção técnica confirmou que o improviso foi necessário diante da falta de equipamento adequado.

Este caso não é apenas uma tragédia isolada, mas um símbolo da grave crise na saúde pública do Rio Grande do Norte. A sociedade precisa exigir respostas e ações imediatas para evitar que mais vidas sejam colocadas em risco por falta de recursos e planejamento adequado.

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Postado por Erinaldo Silva

Erinaldo Silva é um jornalista potiguar de destaque, nascido em 25 de março de 1985 em Felipe Guerra, RN. Com uma carreira brilhante e apaixonado pela comunicação, ele se tornou influente na região, conquistando o respeito dos mossoroenses e sendo agraciado com a cidadania mossoroense. Sua experiência inclui passagens por rádios e jornais impressos, abordando com competência temas diversos, desde política e economia até outros assuntos.

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