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Bolsonaro deve ser julgado por tentativa de golpe pela Primeira Turma do STF

Ex-presidente entra na mira do STF após indiciamento pela PF.

Foto: Valter Campanato-Agência Brasil

Indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está no centro de uma investigação histórica que pode levá-lo a responder por conspiração contra o sistema democrático do Brasil no Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) prepara uma provável denúncia baseada nas conclusões do inquérito policial.

A estratégia da PGR, conforme revelou o Estadão, é apresentar ao STF mais de uma denúncia contra os 40 indiciados no caso, incluindo Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além de outros aliados. As acusações serão organizadas em “núcleos” da suposta organização criminosa, sem necessariamente seguir as denominações adotadas pela PF.

Indiciamento histórico

O indiciamento pela PF coloca Bolsonaro na condição de “provável autor da infração penal”, um avanço em relação ao status de suspeito. Apesar disso, ele mantém a presunção de inocência até que o STF julgue o caso. Segundo a investigação, o ex-presidente teria ciência e participação em um plano que incluía a elaboração de um decreto golpista e conspirações contra lideranças do governo, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

A delação premiada de Mauro Cid, mensagens de celular, gravações e vídeos integram o conjunto de provas colhidas pela PF. O relatório policial detalha ainda que Bolsonaro teria ajustado pessoalmente o conteúdo da minuta golpista.

Próximos passos

O caso segue para a análise da PGR, que deverá apresentar a denúncia ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito. Conforme as regras internas do STF, a denúncia será julgada pela Primeira Turma, composta pelos ministros Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

Aliados de Bolsonaro avaliam que a defesa tentará levar o caso ao Plenário da Corte, buscando apoio dos ministros Nunes Marques e André Mendonça, indicados pelo ex-presidente. A decisão sobre o foro ficará a cargo de Moraes, que pode optar pelo trâmite regular na Primeira Turma.

Em 2023, o STF revisou seu Regimento Interno para transferir a análise de ações penais envolvendo autoridades com foro privilegiado às Turmas, visando reduzir a sobrecarga do Plenário e dar maior agilidade aos processos.

Impacto político

Este é o primeiro indiciamento de um presidente eleito sob a acusação de conspirar contra o sistema democrático do Brasil. O caso pode marcar um precedente jurídico e político no país, ampliando o debate sobre a responsabilidade de líderes políticos em garantir a estabilidade democrática.

Procurada, a defesa de Jair Bolsonaro ainda não se manifestou sobre as acusações. Enquanto isso, o País aguarda os desdobramentos de um processo que pode redefinir os rumos do cenário político nacional.

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Written by Eryx Moraes

Eryx Moraes é um jornalista potiguar de destaque, nascido em 25 de março de 1985 em Felipe Guerra, RN. Com uma carreira brilhante e apaixonado pela comunicação, ele se tornou influente na região, conquistando o respeito dos mossoroenses e sendo agraciado com a cidadania mossoroense. Sua experiência inclui passagens por rádios e jornais impressos, abordando com competência temas diversos, desde política e economia até outros assuntos.

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