O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, criticou a política de valorização do salário mínimo adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante entrevista à CNN Brasil na segunda-feira (6), Marinho chamou a medida de “populista e irresponsável”, alegando que os reajustes anuais, acima da inflação, impactam negativamente a economia, sobretudo nas finanças públicas, ao elevar os custos com a previdência e programas assistenciais.
O parlamentar destacou que, para ele, os aumentos salariais só seriam justificáveis em um cenário de “ganho de produtividade”. “O governo faz tudo errado e perde credibilidade e legitimidade para fazer o debate de forma séria”, afirmou, ressaltando que o aumento do salário mínimo gera desequilíbrios econômicos, em vez de melhorar o poder de compra dos trabalhadores.
Marinho também alertou sobre os efeitos colaterais do reajuste, que, segundo ele, sobrecarregaria as contas públicas, prejudicando áreas como a Previdência Social e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). “A economia está se deteriorando”, concluiu o senador, criticando o aumento dos gastos governamentais, que, na sua visão, anulam os benefícios dos reajustes salariais.
Por outro lado, dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que o reajuste de 7,5% no salário mínimo, que inclui um ganho real de 2,5%, pode gerar um impacto positivo na economia. O Dieese estima que o aumento injetará cerca de R$ 125,4 bilhões na economia brasileira em 2025, sendo R$ 81,5 bilhões destinados à renda dos trabalhadores e R$ 43,9 bilhões à arrecadação tributária sobre o consumo. Cerca de 59 milhões de brasileiros, incluindo 28,1 milhões de beneficiários do INSS, têm seus rendimentos diretamente relacionados ao salário mínimo.
O reajuste foi calculado com base na variação de 4,84% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e no aumento real de 2,5%, conforme as regras estabelecidas pelo Novo Arcabouço Fiscal e pela Lei nº 15.077, sancionada em 27 de dezembro de 2024.