Enquanto jovens europeus leem e escrevem livros, americanos planejam colonizar outros planetas e asiáticos dominam a matemática, fabricam carros e valorizam a educação, o brasileiro dança. E como o brasileiro dança?
Nos pancadões, ao som de funks que muitas vezes reforçam valores questionáveis, o brasileiro dança. Enquanto a economia mundial avança, enquanto outras nações criam e inovam, o brasileiro dança. É uma dança que simboliza mais do que lazer: reflete uma postura, uma mentalidade que frequentemente ignora a urgência do trabalho, da educação e do empreendedorismo.
O brasileiro dança enquanto sonha com um concurso público ou com o bilhete premiado da loteria. Dança enquanto espera que a sorte resolva o que o esforço poderia construir. E enquanto dança, outros países ocupam os espaços que poderiam ser nossos, controlando setores produtivos e avançando em áreas estratégicas.
Não se trata de negar a cultura, o lazer ou a alegria que tanto nos caracteriza. O problema surge quando essa dança, literal e figurada, se transforma em fuga da realidade. Quando a prioridade passa a ser apenas o próximo ritmo, em detrimento da construção de um futuro melhor, a dança deixa de ser celebração e se torna a “dança da decadência”.
O brasileiro dança, mas até quando? Até quando permitiremos que o compasso da festa adie a construção do país que queremos? Que possamos dançar sim, mas, sobretudo, trabalhar, inovar e crescer. Que a próxima dança seja a celebração de um Brasil que desperta para o seu potencial.