O Brasil vive um aumento preocupante nos casos de intolerância religiosa. Dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) mostram que, em 2024, houve um crescimento de 66,8% nas denúncias, totalizando 2.472 registros, quase mil a mais do que em 2023. O número revela uma realidade alarmante que afeta a convivência pacífica entre as diversas religiões do país.
Religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, continuam sendo as mais atingidas por atos de intolerância religiosa. Mulheres são as principais vítimas desse tipo de agressão, representando 57% das denúncias. Os estados com maior incidência desses casos são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul.
A intolerância religiosa tem sido um dos fatores que contribuem para o aumento dos processos por racismo no país, representando um terço desses casos, conforme apontam as estatísticas. Para a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, esse cenário reflete a necessidade urgente de fortalecer a luta contra o preconceito religioso, reforçando a importância da laicidade do Estado e do direito à liberdade religiosa.
Em face desse crescimento, o governo tem intensificado a conscientização sobre a importância de garantir o respeito à diversidade religiosa, incentivando a denúncia de casos de intolerância. Para isso, a população pode utilizar o Disque 100, que está disponível 24 horas por dia. Além disso, os cidadãos também podem recorrer a outras plataformas de comunicação, como WhatsApp, Telegram e videochamadas por Libras, para registrar suas denúncias de maneira mais acessível.