Mesmo com a troca no comando da comunicação e um esforço do governo em alinhar discursos por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma nova polêmica surgiu após a declaração do ministro da Casa Civil, Rui Costa, sobre possíveis “intervenções” no preço dos alimentos. Em entrevista na manhã desta quarta-feira (22), Rui Costa mencionou que o governo Lula tomaria medidas, incluindo intervenções, para baratear alimentos como arroz, feijão, carne e café, em meio ao aumento significativo dos preços.
Horas depois, a Casa Civil se apressou em corrigir a fala do ministro, destacando que o termo correto seria “medidas”, não “intervenções”. O ministério frisou que não estão previstas ações diretas no mercado, como congelamento de preços ou subsídios, práticas historicamente associadas a intervenções. A correção foi uma tentativa de alinhamento, evitando um erro de comunicação que poderia gerar mal-entendidos sobre a abordagem do governo.
A troca no comando da comunicação visa justamente evitar ruídos, mas as recentes falas de membros do governo continuam a gerar confusão. A inflação dos alimentos, que fechou o ano de 2024 com altas expressivas em itens essenciais, permanece como um dos maiores desafios para o governo. Embora as “medidas” ainda sejam indefinidas, a polêmica em torno da fala de Rui Costa levanta dúvidas sobre a real estratégia para enfrentar a crise dos preços, ao mesmo tempo em que expõe as dificuldades do governo em manter um discurso coeso.
Esse episódio se soma a outras situações recentes em que a comunicação do governo se viu em xeque, refletindo a complexidade de alinhar as diferentes vozes e as expectativas da população frente a uma crise econômica crescente.