Mesmo após ter sido preterido pelo PT do Rio Grande do Norte e pela Governadora Fátima Bezerra em 2022, quando a legenda preferiu apoiar o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), para o Senado, em vez de apoiar o então senador Jean Paul Prates (PT), o ex-presidente da Petrobras continua se colocando à disposição do Partido dos Trabalhadores para futuras disputas eleitorais, incluindo o Governo do Estado e o Senado Federal.
Em entrevista à Rádio Difusora de Mossoró, Jean Paul destacou sua visão de política como um processo coletivo, onde os partidos devem ser os principais responsáveis pela escolha de seus candidatos e pela construção de projetos. “Para mim, quem escala o político é o time, é o partido. A política brasileira se deteriorou muito porque as pessoas pensam mais nas figuras individuais do que nos projetos coletivos e nos partidos. Eu acredito que deveríamos focar mais nos times e menos nos salvadores da pátria”, afirmou.
Em sua crítica ao modelo político atual, que privilegia figuras pessoais em detrimento de projetos e equipes, o ex-senador citou o comportamento contraditório de eleitores que transitam entre posições ideológicas opostas, o que, para ele, representa uma falta de consistência política. “Você vê, quando o Lula foi interditado por razões políticas de concorrer à Presidência, muita gente que votava nele acabou votando em Bolsonaro. Isso é o completo oposto. Não é possível que essas duas pessoas, que pensam de forma diametralmente oposta, representem a mesma visão política de quem vota. Isso é preocupante para um país como o Brasil”, disse.
Jean Paul também defendeu que os partidos devem ser responsáveis pela formulação de propostas e pela escolha de candidatos alinhados com suas ideologias. “A origem dos partidos políticos é justamente essa: reunir pessoas que pensam mais ou menos na mesma linha e têm projetos para governar cidades, estados ou o país. O partido é quem deve ser o técnico que convoca os seus jogadores e posiciona seus ativos políticos nas posições certas”, explicou.
Em relação à sua posição dentro do PT, Jean Paul reafirmou que está à disposição do partido para cumprir qualquer missão que lhe seja atribuída. “Eu estou no plantel de um partido hoje, faço parte do Partido dos Trabalhadores, e estou à disposição. Essa é uma resposta clássica, mas qualificada. Eu não estou apenas repetindo o manual, estou dizendo que o partido escala, e eu estou aqui. Se precisar de mim para disputar o governo ou o Senado, estou pronto para contribuir.”
Apesar de sua disposição para continuar na política, o ex-presidente da Petrobras deixou claro que não se considera um “político profissional”. “Quando eu faço ficha de hotel, como o Haddad disse recentemente, eu não coloco que minha profissão é político. Não sou um profissional da política e não dependo disso. Faço política por vocação, porque acredito em projetos coletivos”, explicou.
Sua declaração ocorre em um momento de articulações políticas para 2026, com diversas lideranças buscando seus espaços. Jean Paul Prates, com sua experiência técnica e política, segue sendo cogitado como um nome relevante para as próximas eleições, especialmente nas áreas de energia e desenvolvimento econômico.
No entanto, apesar de sua experiência e das oportunidades que ainda se abrem para ele, Jean Paul Prates parece continuar em busca de um lugar ao sol onde, em vez de buscar sua própria relevância política, se coloca como uma peça submissa à vontade do partido. Em um cenário onde muitos se lançam na política para se afirmar, Jean Paul, ao insistir em se colocar à disposição do PT sem uma postura mais firme de liderança própria, parece não entender que, para ser efetivamente respeitado, é necessário primeiro se respeitar e não depender de uma legenda para definir seu destino político. O tom de sua fala revela mais a falta de amor próprio e de ambição política do que uma verdadeira visão de liderança.
Jean Paul pode até ser útil ao PT, mas, ao final, sua insistência em ser apenas uma peça do time, sem reivindicar o protagonismo que seu currículo lhe daria, reflete uma política sem autovalorização, sem a firmeza necessária para ser mais do que uma figura apenas disponível.