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Brasil quer criar modelos de IA próprios com base na experiência da DeepSeek

Ministra Luciana Santos revela plano de R$ 23 bilhões para alavancar inteligência artificial no Brasil

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em entrevista à CNN, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, revelou que o Brasil está determinado a desenvolver seus próprios modelos de inteligência artificial (IA), embora se inspire no avanço da tecnologia chinesa, especialmente na startup DeepSeek. A ministra destacou que, embora o Brasil busque autonomia tecnológica, o país não hesitará em aproveitar os recursos e aprendizados de outras iniciativas de ponta para acelerar o desenvolvimento de IA.

“A gente quer desenvolver nossos próprios modelos. Mas é óbvio que a gente bebe na fonte daquilo que é mais avançado, até para ter agilidade no desenvolvimento”, explicou Luciana Santos, reforçando a estratégia de criar soluções próprias, mas sem abrir mão de aprender com o que há de melhor no mercado.

Essa visão compartilhada por diversos membros do governo, de que é possível para países emergentes competir no campo da inteligência artificial, foi corroborada pela ministra, que enfatizou a importância do exemplo dado pela DeepSeek. A startup chinesa, com recursos significativamente menores que gigantes como ChatGPT, demonstrou que é viável para economias em desenvolvimento se posicionarem como players relevantes no setor. “Há um debate de que o volume de investimentos necessário para competir em IA seria inalcançável para emergentes. A DeepSeek conseguiu, com menos recurso, ter a mesma resposta que ChatGPT e outras. Isso reforça a viabilidade do que planejamos”, afirmou Luciana Santos.

Para o governo brasileiro, o cenário é promissor, especialmente considerando as vantagens comparativas do Brasil, como a abundância de energia limpa e água — recursos essenciais para a manutenção de sistemas de IA em grande escala. A ministra também ressaltou o plano de investimentos de R$ 23 bilhões voltado para IA, que será implementado entre 2024 e 2028. Desses recursos, cerca de R$ 14 bilhões serão direcionados a projetos de inovação empresarial e mais de R$ 5 bilhões a infraestrutura e desenvolvimento da tecnologia.

Esse montante visa aproximar o Brasil do nível de investimentos planejados por países europeus, embora ainda distante dos números praticados por Estados Unidos e China. “Quando concebemos o plano, reforçamos que não havia razão para estar atrás nesta corrida tecnológica”, completou a ministra.

A ascensão da DeepSeek, que recentemente superou o ChatGPT em downloads na App Store, tem gerado questionamentos sobre a viabilidade de continuar com os elevados gastos em IA, que tem sido a tônica das grandes empresas ocidentais, como Apple e Microsoft. A startup chinesa se destacou por oferecer uma alternativa mais acessível de IA, com menor custo e consumo de dados, sinalizando uma possível mudança no panorama global dos investimentos na área.

O secretário de Inovação do Ministério da Indústria e Comércio (Mdic), Uallace Moreira, também comentou sobre a situação em entrevista à CNN, destacando a estratégia de “catch-up” tecnológico, onde países em desenvolvimento buscam rapidamente alcançar os níveis de inovação de economias mais avançadas. Segundo ele, o Brasil tem as capacidades internas necessárias para, com o suporte adequado, aproveitar as oportunidades geradas por tecnologias disruptivas como a IA.

Com um olhar voltado para o futuro e uma estratégia bem definida, o Brasil parece disposto a competir no jogo global da inteligência artificial, alinhando suas potencialidades com os mais avançados modelos tecnológicos disponíveis no mercado.

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Written by Eryx Moraes

Eryx Moraes é um jornalista potiguar de destaque, nascido em 25 de março de 1985 em Felipe Guerra, RN. Com uma carreira brilhante e apaixonado pela comunicação, ele se tornou influente na região, conquistando o respeito dos mossoroenses e sendo agraciado com a cidadania mossoroense. Sua experiência inclui passagens por rádios e jornais impressos, abordando com competência temas diversos, desde política e economia até outros assuntos.

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