O senador Rogério Marinho (PL) segue consolidando sua influência sobre o cenário político do Rio Grande do Norte, movendo peças estratégicas para 2026. Após dividir o União Brasil e enfraquecer a liderança de José Agripino dentro da sigla, Marinho agora avança sobre outro importante nome da política potiguar: Ezequiel Ferreira, presidente da Assembleia Legislativa e dirigente estadual do PSDB.
Nesta quarta-feira (31), o PSDB anunciou a filiação do senador Styvenson Valentim, um movimento que, ao que tudo indica, teve a articulação direta de Rogério Marinho. A chegada de Styvenson não apenas enfraquece Ezequiel dentro do próprio partido, como também impacta a trajetória do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), outro nome ventilado para a disputa pelo governo do estado.
Marinho já havia trabalhado para fragmentar o União Brasil, partido de Allyson, e agora atua para minar qualquer alternativa viável ao seu projeto de poder. Diante da afinidade do prefeito mossoroense com a senadora Zenaide Maia (PSD) e das especulações sobre sua possível migração para o partido da senadora, Marinho aproveitou a iminente fusão entre PSDB e PSD para neutralizar tanto Ezequiel quanto Allyson ao garantir a presença de Styvenson na legenda tucana.
As movimentações do senador vão além da disputa partidária. Recentemente, em uma vitória expressiva, Marinho garantiu a eleição de seu aliado Babá Pereira (PL) para a presidência da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn). O ex-prefeito de São Tomé venceu por 109 votos a 52 o candidato apoiado pela governadora Fátima Bezerra (PT), Pedro Henrique (PSDB), que também tinha o respaldo de Ezequiel Ferreira. O resultado reforçou a força política de Marinho, que desbancou tanto o governo estadual quanto o bloco de Ezequiel.
Como demonstração de prestígio, o senador reuniu recentemente mais de 400 lideranças políticas em sua casa de praia em Búzios para discutir os rumos do estado. O encontro consolidou sua posição como principal articulador da oposição no Rio Grande do Norte.
Enquanto isso, a governadora Fátima Bezerra enfrenta um cenário desafiador. Sem um nome forte para sucedê-la em 2026, ela busca alternativas para conter o avanço de Marinho e Styvenson. Nesta semana, em uma tentativa de aproximação política, Fátima participou da entrega de moradias do Minha Casa Minha Vida em Mossoró ao lado do prefeito Allyson Bezerra. O gesto foi visto como uma tentativa de aproximação, mas resta saber se Allyson aceitará essa aliança ou se manterá distância do governo petista.
Com a oposição cada vez mais articulada e o governo estadual sem um sucessor definido, o cenário político do Rio Grande do Norte se desenha como um embate estratégico de grande impacto para as eleições de 2026.