O Partido Liberal (PL) está empenhado em viabilizar a candidatura de Jair Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2026, concentrando esforços na redução de sua inelegibilidade. Para isso, articula a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 141/23, que propõe diminuir o prazo de inelegibilidade de oito para dois anos, permitindo que Bolsonaro participe do próximo pleito.
O deputado Felipe Barros (PL-PR), relator designado para o projeto, enfatizou a prioridade da tramitação da proposta no Congresso. Paralelamente, o partido acompanha o andamento do PLP 143/23, que possui objetivo semelhante e reforça suas estratégias políticas.
O sucesso dessa iniciativa está atrelado às negociações internas e ao apoio do PL aos recém-eleitos presidentes da Câmara e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), respectivamente. As articulações que garantiram a eleição de ambos envolveram acordos estratégicos, contemplando pautas de interesse tanto do governo quanto da oposição. Como parte desse entendimento, o PL comprometeu-se a apoiar a votação do PLP 143/23, considerado essencial para viabilizar a candidatura de Bolsonaro em 2026.
O Centrão, bloco parlamentar conhecido por priorizar seus próprios interesses, desempenhará um papel crucial no avanço dessas propostas. Diante de um cenário político possivelmente desfavorável ao governo Lula, o PL acredita na viabilidade da aprovação dos projetos que possibilitariam a candidatura de Bolsonaro.
Contudo, mesmo que o Congresso aprove a redução da inelegibilidade, a elegibilidade de Bolsonaro não está assegurada. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF) têm adotado uma postura firmemente contrária ao ex-presidente, o que gera incertezas sobre a reação dessas cortes caso o PLP seja aprovado. Ambas as instituições podem atuar para impedir sua candidatura, criando um impasse jurídico que complicaria sua participação nas eleições.
Enquanto isso, o governo Lula monitora de perto essas movimentações, preparando-se para intervir e reverter o cenário político com vistas às eleições de 2026. A disputa permanece em aberto, e seu desfecho dependerá das articulações no Congresso e das decisões das instâncias superiores. Se, por um lado, Bolsonaro, atualmente inelegível, enfrenta o risco de prisão, por outro, vale lembrar que este é o país onde um ex-presidente saiu da cadeia para concorrer e vencer a última eleição.
E segue a polarização.