O presidente Lula encerrou 2023 afirmando que seu governo passou o ano inteiro plantando e que a colheita viria em 2024. No fim de 2024, repetiu a mesma justificativa, rebocando a previsão para 2025. Desta vez, no entanto, ele não mentiu. De fato, o governo plantou muito. O problema está na qualidade das sementes escolhidas: mentiras, enganação, radicalismo político, irresponsabilidade fiscal e mais polarização.
A colheita já começou e os frutos não poderiam ser diferentes: queda acentuada na popularidade, descrédito, rombo fiscal, inflação e uma sociedade ainda mais dividida. O governo prometeu crescimento econômico, mas entregou estagnação. Prometeu união, mas investiu na polarização. Falou em responsabilidade fiscal, mas se recusou a cortar gastos. E segue insistindo no erro, garantindo que continuará semeando as mesmas ideias fracassadas.
Recentemente, Lula reforçou sua confiança na equipe econômica liderada por Fernando Haddad, mesmo diante de uma política fiscal que não inspira credibilidade no mercado. Também prometeu ser ainda mais intolerante com seus adversários, em especial com o bolsonarismo, abandonando qualquer pretensão de pacificar o país e aprofundando ainda mais a divisão entre os brasileiros.
Nada disso surpreende quem observa sua trajetória política há décadas. O que impressiona é a persistente ilusão de muitos em acreditar que, a qualquer momento, bons frutos surgirão desse plantio. Como se alguém pudesse plantar vento e colher outra coisa que não uma tempestade.
Em muitos casos, o que se vê não é ingenuidade ou desinformação, mas desonestidade intelectual. São aqueles que, por conveniência ideológica ou interesse pessoal, fingem não enxergar o desastre iminente e seguem defendendo o indefensável. Lula não mentiu sobre estar plantando, mas quem ainda diz acreditar que a colheita será próspera ou está iludido — ou está lucrando com isso.