O procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (23) a abertura de um inquérito para apurar se o ministro da Educação, Milton Ribeiro, negociou a liberação de verbas para prefeituras indicadas por 2 pastores.
Em aúdios divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, Ribeiro disse que sua prioridade “é atender 1º os municípios que mais precisam e, em 2º, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, e que isso “foi um pedido especial que o presidente da República [Jair Bolsonaro (PL)]” fez a ele.
O pastor citado é Gilmar dos Santos, líder do Ministério Cristo para Todos, uma das igrejas evangélicas da Assembleia de Deus em Goiânia (GO). A declaração foi durante uma reunião no MEC (Ministério da Educação) com prefeitos, líderes do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
Depois da divulgação dos áudios, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que o presidente Jair Bolsonaro “não pediu atendimento preferencial a ninguém”. Segundo ele, Bolsonaro só solicitou que o ministro recebesse todos que procurassem o MEC.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), afirmou na 4ª feira (23.mar) que o ministro Milton Ribeiro é “honesto” e uma pessoa “cautelosa”. Mourão minimizou as supostas negociações de repasses de verbas entre o ministro e pastores evangélicos. Disse serem “indícios” e afirmou que o áudio atribuído ao titular da Educação pode ter sido “editado”.