Candidato ou não ao Governo do RN, Ezequiel já está queimado com Fátima e o PT

Alguém precisa dizer ao presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), que depois dele ter garantido apoio ao ministro Rogério Marinho (PL), pré-candidato do presidente Jair Bolsonaro ao Senado, além de ter permitido intensa especulação da mídia com o seu nome para uma possível candidatura de oposição ao Governo do Estado, enquanto ficou em silêncio como iminente traidor, independentemente da sua decisão final, ele já está completamente queimado com a governadora Fátima Bezerra, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o governismo potiguar como um todo. Prova disso é que nas redes sociais os ataques da militância governista contra ele já são incessantes.

Duas lições que aprendemos desde cedo e que nos servem para a vida toda: 1ª – não devemos tentar agradar a Deus e ao diabo ao mesmo tempo. 2ª – não importa a força que tenhamos, humilde é sempre bem vinda e nunca é demais.

Ezequiel não parece ter guardado tais lições.

Ora, se Ezequiel está na base de apoio de um governo do PT e não pretende sair, por que e para que flertar com a oposição ao ponto de garantir apoio a um candidato do bolsonarismo ao Senado?

Se Ezequiel se sentiu desprestigiado pela governadora, se não concordou com o fato dela ter escolhido o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT) para ser o seu candidato ao Senado, por que ele (Ezequiel) não procurou uma forma coerente de demostrar o seu inconformismo? Tinha que entrar na pista para negócio da forma como entrou?

Uma coisa resta evidente: Fátima e o PT temem Ezequiel e se sentem ameaçados pelo silêncio dele. Principalmente depois dele ter garantido apoio a Rogério, um opositor, para o Senado. Prova disso é que, a essa altura do campeonato, o articulador político do Governo não se cansa de dizer por todos os canais de comunicação possíveis que (pelo menos até às eleições) as portas continuam abertas para Ezequiel. Uma situação que nos faz crer que, com a megaestrutura partidária que ostenta, e agora mais recente com carta branca do MDB do deputado federal Walter Alves e do ex-governador e ex-senador Garibaldi Alves Filho para decidir em nome dos dois partidos que somam mais de 70 prefeitos e mais de uma dezena de deputados, uma vez querendo, Ezequiel só não conseguiria com Fátima a cabeça da chapa majoritária. Isto é, sem precisar acenar para a oposição como tem acenado.

Entretanto, se Ezequiel quer mesmo é o lugar de Fátima, ou seja, o comando do Governo do Estado, então está mais do que na hora dele baixar a bola perante o bolsonarismo e as dezenas de prefeitos que esperam o seu SIM e encarar a árdua luta que tem pela frente.

O fato é que, no momento, Ezequiel se encontra numa postura a qual além de lhe fazer parecer fraco e frouxo, o torna indigno do apoio do bolsonarismo. Em nenhuma das quatro vezes em que Bolsonaro esteve no Rio Grande do Norte como presida república Ezequiel se fez presente. Estamos falando de um deputado estadual que se comporta como se achasse que é melhor ou mais importante do que o presidente da república. Aliás, falsa ilusão de superioridade ou mera subserviência a governadora Fátima Bezerra? E nem adianta usar a sigla partidária ou a quase inexistente pré-candidatura do governador de São Paulo João Doria (PSDB) à presidência porque simplesmente não cola. Teve tempo de sobra para resolver esses detalhes que na política brasileira acabam tendo menos importância.

Alguém chegue para Ezequiel e diga: acorde, homem! Se decida! Você já se queimou com Fátima e com o PT e, depois de mais de mês de intensa badalação da mídia com o seu nome, nas pesquisas você ainda perde para o senador Styvenson Valentim (Podemos), um jovem político de primeira viagem, rompido com toda a classe política potiguar e que também não disse que pretende ser candidato!