in

A CORRIDA AO SENADO NO RN

As pesquisas eleitorais divulgadas até agora no RN apontam um percentual em torno de 50% dos eleitores que não indicam nenhum nome ao Senado nas pesquisas estimuladas. Os três principais candidatos, Rogério Marinho, Carlos Eduardo Alves e Rafael Motta, quando somadas suas intenções de votos, variam numa margem de 40 a 50 pontos. Isso significa que os entrevistados, mesmo diante das opções de nomes informados pelo entrevistador, não estão fazendo opção por nenhum deles. Esse é um dado que merece atenção porque estamos há menos de um mês do início da campanha e menos de três meses do dia da eleição.

ELEITOR AINDA NÃO DECIDIU

Sobre essa questão das candidaturas ao Senado, há vários pontos que precisamos analisar para entendermos bem o que isso significa. O primeiro deles é que o eleitor demora mesmo a se definir quando são várias votações dentro do mesmo processo. Primeiro ele define o presidente, depois o governo, que são os pleitos majoritários. As escolhas para o Senado, para a Câmara dos Deputados e para as Assembleias Legislativas, ele vai fazendo depois na medida em que o processo se afunila. A prova disso é que nas pesquisas espontâneas, os indecisos em relação aos cargos nos parlamentos federal e estadual superam os 80%.

EM BUSCA DE NOVIDADES

Mas também pode ser feita outra leitura sobre a disputa ao Senado. Embora seja uma eleição legislativa, o pleito é assemelhado a majoritário, ganha quem tem mais votos. O que pode estar ocorrendo, nesse caso, é uma tendência do eleitor em aguardar as opções que vai ter, para somente depois definir em quem vai votar. Os números atuais estão dizendo que nesse momento o eleitor não está desejando votar nos nomes que estão postos e que ele está a procura de melhores opções. Isso não significa que ele não venha a votar nas opções atuais, apenas que o eleitor procura novas alternativas, porém, se não encontrar pode optar entre estes nomes já postos.

TODO MUNDO COM TETO BAIXO

Outro detalhe que não podemos esquecer, é que tanto Carlos Eduardo Alves quanto Rogério Marinho são nomes com certa dificuldade no quesito de popularidade. Carlos Eduardo tem uma projeção melhor na Capital do estado, onde foi prefeito várias vezes, mas no interior ainda tem dificuldades de projeção. No caso de Rogério Marinho, a reforma trabalhista e a reforma da Previdência trouxeram uma desconstrução de imagem em alguns segmentos da população. No caso de Rafael Motta, o desconhecimento do eleitor sobre sua postulação e mesmo do seu nome, ainda deve ser o componente mais negativo que enfrenta nesta fase de pré-campanha.

AS APOSTAS DE RAFAEL MOTTA

É nisso que Rafael Motta está apostando. O fato de ser o menos conhecido entre os três pode se transformar num potencial em favor de Rafael. Mas para isso ele precisa corresponder as expectativas desse eleitor que ainda está procurando uma opção para votar para o Senado. Rafael enxergou um vácuo nesta disputa com o teto baixo de intenções de votos, tanto de Rogério como de Carlos Eduardo. E está apostando que pode preencher esse vácuo. Para isso contou que dividiria as preferências dentro do próprio PT, coisa que acabou não acontecendo com o partido tendo nos últimos dias deixado claro através de vários sinais que a opção é mesmo por Carlos Eduardo.

A ESTRATÉGIA DE CARLOS EDUARDO

No caso de Carlos Eduardo, as esperanças de sua campanha estão firmadas na fidelidade do PT com aliança feita. Mesmo sendo do PDT, Carlos vai se equilibrando numa corda bamba para que o voto petista não antagonize com sua filiação partidária. E vai se rebolando para que Rafael não seja uma opção viável dentro das esquerdas. Carlos confia que não será deixado para trás. E confia ainda mais que ao final das contas, tanto Fátima como as principais lideranças petistas, entre elas o próprio Lula, acabem vestindo a camisa de sua campanha para evitar que o futuro senador eleito no RN venha a ser alguém com as cores bolsonarista. E parece que a estratégia está rendendo resultados, o PT está fechado com ele.

O FOCO DE ROGÉRIO MARINHO

Analisando a postulação de Rogério Marinho, dentro dessa corrida de pré-campanha, há um jogo duplo em relação ao voto lulista. Rogério sabe que pode colher votos numa boa parte dos eleitores que votam em Lula e não votam em Carlos Eduardo ou em Rafael. Para isso tem evitado fazer uma campanha com cores fortes do bolsonarismo. Nas suas redes sociais tem evitado bater de frente com o petista. A grande confiança de Rogério está no fato de ter de longe a melhor estrutura de apoio nos municípios. Ele espera que isso seja o fator determinante. Vai esconder Bolsonaro e se mostrar como realizador de obras em favor do Estado.

Avatar photo

Postado por Neto Queiroz

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

“Trânsito é Vida” orienta sobre troca de equipamento para evitar acidentes

Bolsonaro participa hoje de cultos e marcha em Natal