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A FALTA DE UM BOM DEBATE POLÍTICO

Imagem: Reprodução ilustrativa

Alguém aí já se deu conta o quanto caiu o nível dos debates políticos em nosso Brasil. E não falo apenas da questão nacional, mas nos embates nos estados e municípios também. Hoje o que mais se vê é um debate raso, vazio, de questão menores, das briguinhas pessoais. Ninguém mais está preocupado em conhecer ou desafiar o outro a expor seus projetos, suas soluções, seus ideais. Tampouco o eleitor faz esta cobrança. Nas redes sociais as futricas ganham cada vez mais curtidas, enquanto debates sérios são vistos como maçantes e sem graça. Ninguém se preocupa com as políticas públicas, os programas de governo, as bandeiras partidárias, tudo isso vai ficando de fora das campanhas eleitorais. O pior, com a concordância do público.

QUEM FAZ OPOSIÇÃO NO RN?

Isso está atrelado a uma outra questão. Não se faz mais oposição como antes. Temos um exemplo aqui mesmo no nosso Rio Grande do Norte. Quem faz oposição a Fátima Bezerra? Eu respondo dizendo que não sei. Nem faço ideia quem de fato está na oposição ou está no governo. É tal a ida e vinda dos nossos políticos, hoje aliados, amanhã adversários, que se perdeu a identidade. Ninguém faz mais oposição as ideias. O que vale é a oposição do momento, oportunista, com todo cuidado para não criticar demais porque amanhã pode ser que precise elogiar e nem elogiar demais porque amanhã pode ser necessário criticar.

OS DISCURSOS FEITOS PARA A OCASIÃO

O maior exemplo disso nós vimos quando Carlos Eduardo estava para decidir se faria uma aliança com o PT, ou quando Ezequiel Ferreira estava para decidir se seria candidato ao Governo ou não. As duas decisões estiveram no limiar do futuro discurso. O discurso de ocasião. Se Carlos não se alia a Fátima estaria hoje percorrendo o Estado dizendo alhos e bugalhos da governadora, mas como se aliou, adaptou o discurso para ocasião. O mesmo em relação a Ezequiel. Não sei se o leitor percebe o quanto a coisa está vazia. É por isso que não temos mais grandes debates políticos, porque o discurso é oportunista, dependendo do aliado da ocasião. Discurso sem raiz, sem coração.

LAWRENCE ESTÁ BEM NA FITA

Tenho ouvido muitas vezes comentários elogiosos de pessoas próximas a mim, sobre Lawrence Amorim, que é pré-candidato a deputado federal. A grande maioria dos comentários demonstram simpatia com Lawrence. Até mesmo pessoas que pouco o conhecem, fazem comentários elogiosos e positivos sobre sua conduta. Embora seja uma consulta informal que faço apenas no meu círculo de amizade, esse resultado me faz entender que Lawrence deverá ter uma excelente votação em Mossoró. Contribui muito para isso seu perfil jovem e bastante ponderado. Educado e gentil com as pessoas. Lawrence pode surpreender com excelente votação em Mossoró.

DEFESA DO VOTO EM CANDIDATOS DA TERRA

Percebi numa entrevista que ouvi de Lawrence na Rádio Difusora que ele está muito preocupado em convencer as pessoas de que eleitor de Mossoró deve votar em candidato de Mossoró. Seu principal argumento é que em 2018, de 170 mil eleitores de Mossoró, apenas um pouco mais de 50 mil votos foram dados a deputados federais com raízes em Mossoró. O restante ou deixou de ir votar, ou votou nulo e em branco, ou escolheu um candidato de fora de Mossoró para votar. Essa é uma rotina nas últimas eleições. Os chamados forasteiros que chegam aqui, levam os votos e só aparecem de volta, quatro anos depois. Nisso eu concordo com Lawrence, é preciso criar uma identidade de Mossoró na Câmara dos Deputados, sob pena de ficarmos definhando sem uma força política que nos defenda.

O DINHEIRO NÃO VEM PARA CÁ

No ano passado, o Rio Grande do Norte recebeu cerca de 400 milhões de reais nas chamadas emendas ao orçamento da União. Emendas de bancada e emendas individuais. O que foi destinado a Mossoró é inferior a 0,3 por cento desse total. Quase toda a grana está destinada as obras em Natal e na grande Natal. Ficamos com as migalhas. E nem adianta reclamar, porque fomos nós mesmos que elegemos os deputados que não tem identidade com Mossoró e nem com a região. Como então vamos querer esperar que eles pensem em enviar o dinheiro para cá?

DOIS EXEMPLOS DE FORÇA POLÍTICA

Vejam só o caso de Santa Cruz, o turismo em torno da estátua de Santa Rita. Estão instalando por lá um bondinho para levar o povo da cidade até o topo da serra onde está a estátua. Enquanto isso, desde que eu era criança escuto falar de um bondinho em Martins, ligando o Mirante do Canto a Casa de Pedra. Nunca saiu do papel. Outro exemplo é a região da Costa Branca. Faz uns vinte anos que escuto falar das belezas naturais da Costa Branca, das praias, dunas, e tudo até hoje continua apenas como sonho. Nunca saiu do papel. Enquanto isso, no litoral de Natal e seu entorno, não faltam investimentos no turismo. Reclamar de quê? De nada. Somos nós que elegemos os de fora e damos carta branca para eles esquecerem a gente aqui.

AS COTOVELAS DENTRO DO PL

Como será que está o clima no PL Potiguar? João Maia, Robinson Faria e General Girão. Três nomes fortes, mas a perspectiva de que pelo menos um deles sobre. A nominata não será capaz de eleger os três. E o que é pior, pode até eleger só um. Pode ser que alguém muito bem votado fique de fora por causa da engenharia malfeita. Agora não dá mais para voltar atrás. É seguir adiante. E numa disputa de titãs como essa, os encontrões e cotoveladas são entre eles mesmos. Cada um é o adversário a ser batido pelo outro.

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Written by Neto Queiroz

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