O Governo do Estado confessou, ontem (24), na Assembleia Legislativa: deve R$ 180 milhões a bancos de empréstimos consignados. Ou seja, desconta a parcela do contracheque do servidor, mas não paga aos credores. Dessa forma, a gestão Fátima Bezerra (PT) repete o desastre do seu antecessor, Robinson Faria (PL).
Hoje a flanar em Brasília como deputado federal, Faria também deu calote nos bancos, enquanto governador (2015/2018). Assim como Fátima, deixou de repassar às instituições financeiras descontos de empréstimos dos servidores.
Por esse motivo, aliás, o ex-governador responde, na 2ª Vara da Fazenda Pública, ação de improbidade administrativa. Nela, o Ministério Público sustenta que Faria deu tombo de R$ 829 mil nos bancos e teria que devolver, a preço de hoje, R$ 1 milhão – ninharia diante da atual dívida da gestão Fátima Bezerra (R$ 180 milhões).
Tal débito, na verdade, reflete a falência do Estado do Rio Grande do Norte. E o pior: a incompetência dos gestores da máquina pública. Porque não enxugam o Governo, sobem impostos (ICMS) e aumentam a arrecadação (subiu 7% em abril). Mas se mostram incapazes de controlar a dívida pública, que só cresce.
A semelhança entre Fátima Bezerra e Robinson Faria nesse episódio dos consignados também lembra a campanha eleitoral de 2014. Candidatos a senadora e a governador, desfilavam pelo Estado à cata de votos.
Agora, a ironia da história novamente os aproxima como as gestões da “apropriação indébita” do dinheiro dos servidores, aposentados e pensionistas. Estes, sim, não os bancos, os verdadeiros prejudicados, porque o calote torna o crédito ainda mais caro em um cenário de inflação nas alturas e de juros na estratosfera.
Por essa e outras que o Rio Grande do Norte continua na vanguarda em relação a outros Estados – a vanguarda do atraso.