Era madrugada quando ele se pegou encarando o teto, sem sono, sem pressa, sem certezas. O relógio ao lado da cama marcava 2h37, e os ponteiros seguiam seu curso, indiferentes ao turbilhão de pensamentos que tomavam sua mente.
E se tivesse aceitado aquele emprego em outra cidade? E se tivesse dito “sim” àquela pessoa que insistiu para ficar? E se tivesse tomado coragem para mudar tudo antes que fosse tarde demais?
Na penumbra do quarto, os “e se” ganhavam forma, pequenos fantasmas de possibilidades nunca vividas. Ele se imaginou em versões de si mesmo que jamais existiriam: um executivo em uma grande metrópole, um viajante sem destino, alguém que escolheu o amor em vez do medo. Cada escolha não feita desenhava uma história paralela, uma vida alternativa que sempre permaneceria um mistério.
Mas então, respirou fundo. O que garantia que qualquer um desses caminhos teria sido melhor do que aquele que o trouxe até ali? Talvez a vida seja menos sobre certezas e mais sobre aceitar o que é.
Virou-se na cama, fechou os olhos e, pela primeira vez em muito tempo, decidiu deixar os “e se” para trás.
Crônicas da Vida Real – Um espaço para histórias que poderiam ser suas, minhas, de qualquer um de nós. Porque a vida real também é feita de grandes ficções.
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