Apesar de ter concorrido à prefeitura em 2020, ficando em segundo colocado com mais de 9 mil votos, e de ainda preservar uma parcela significativa do eleitorado, conforme demonstram pesquisas recentes, o sindicalista Agnaldo Fernandes (PT) encontra-se excluído dos planos das demais lideranças de oposição em Apodi-RN no que se refere à formação da chapa majoritária para enfrentar Luciano Moura (MDB), nome já escolhido pelo prefeito Alan Silveira para sua sucessão.
De acordo com informações de fontes confiáveis, o consenso entre as principais lideranças opositoras no município, à exceção de Agnaldo, é que a chapa opositora será composta pelos empresários Gyliard Oliveira (PSD) e Humberto Filho (PL), com o aval do deputado estadual Neilton Diógenes (PL), dos vereadores Júnior Carlos (PSB), Carlin de Dandão (PSB), o ex-prefeito Flaviano Monteiro (PCdoB), entre outras figuras de destaque no grupo. O entendimento já firmado estabelece que o candidato com a melhor viabilidade de êxito no momento das homologações liderará a chapa oposicionista. Assim, na oposição, resta a Agnaldo a possibilidade de coadjuvância ou de disputar uma vaga na Câmara Municipal.
O que fica evidente ao dialogarmos com algumas lideranças da oposição em Apodi é que Agnaldo enfrenta não apenas o tratamento indigno que lhe é dispensado pela governadora Fátima Bezerra (PT), mas também uma espécie de preconceito dentro de seu próprio grupo, provavelmente devido à sua origem humilde e à ausência de poderio econômico, quando a corrente majoritária do grupo preconiza a formação de uma chapa composta por nomes financeiramente imponentes, com Gyliard e Humberto sendo considerados os perfis “ideais”.
No entanto, pelo menos três fatores de grande relevância surgem como obstáculos significativos para a oposição apodiense em sua busca pelo poder. O primeiro é a ampla aprovação popular à gestão do prefeito Alan Silveira, o que já se reflete de maneira marcante na pré-campanha de Luciano Moura, que se torna cada vez mais favorito na corrida sucessória municipal. O segundo fator é a divisão interna na própria oposição, que se fragmentou nos últimos anos e enfrenta atualmente desafios consideráveis na apresentação de uma chapa de consenso. O terceiro ponto, igualmente relevante, é que, apesar da intensa pressão de seu próprio grupo político, o substancial capital eleitoral de Agnaldo Fernandes não tem se esvaído, contrariando assim suas críticas, tornando tanto o sindicalista quanto o Partido dos Trabalhadores (PT) peças-chave no jogo político local.