As eleições municipais de 2024 no Rio Grande do Norte trouxeram à tona um panorama político que reflete mudanças significativas no cenário partidário do estado. Com a vitória em prefeituras importantes como Natal e Mossoró, além de outras 26 cidades, o União Brasil consolidou-se como uma força política emergente, ficando em segundo lugar no número de prefeitos eleitos, atrás apenas do MDB, que dominou com 45 prefeituras das 167 cidades potiguares.
O peso dos números
O estado contou com 2.649.282 eleitores aptos a votar, dos quais 760.285 (28,70%) estão concentrados em Natal e Mossoró. A vitória de Paulinho Freire e Allyson Bezerra, ambos do União Brasil, nessas cidades, coloca o partido em uma posição estratégica para futuras articulações políticas.
Allyson Bezerra, em particular, obteve uma vitória esmagadora em Mossoró, conquistando mais de 76% dos votos, o que representa uma maioria de mais de 90 mil votos. Este resultado expressivo não só reafirma sua liderança na segunda maior cidade do estado, mas também fortalece a posição do União Brasil no cenário político potiguar.
Por outro lado, o PT, liderado pela governadora Fátima Bezerra e pelo presidente Lula da Silva, obteve um desempenho aquém do esperado, conquistando apenas 7 prefeituras, nenhuma delas nas 10 maiores cidades do estado. A maior cidade onde o PT conseguiu eleger um prefeito foi Currais Novos, com Lucas vencendo com 50,66% dos votos.
Prefeitos eleitos nas principais cidades
A análise dos prefeitos eleitos nas 10 maiores cidades do estado revela uma diversidade partidária, com o União Brasil, PSD, PL, Republicanos, PSDB, PP e Solidariedade dividindo o controle dessas prefeituras. O MDB, apesar de ter o maior número de prefeituras no estado, não conseguiu eleger prefeitos nas principais cidades, destacando uma possível fragilidade em áreas urbanas de maior densidade populacional.
Confira os prefeitos eleitos nas 10 maiores cidades do RN:
- Natal: Paulinho Freire (União Brasil)
- Mossoró: Allyson Bezerra (União Brasil)
- Parnamirim: Professora Nilda (Solidariedade)
- São Gonçalo do Amarante: Jaime Calado (PSD)
- Ceará-Mirim: Antonio Henrique (PSD)
- Macaíba: Emídio Júnior (PP)
- Assú: Dr. Lula (Republicanos)
- Caicó: Dr. Tadeu (PSDB)
- Extremoz: Jussara Sales (PL)
- São José de Mipibu: Zé Figueiredo (PSD)
O enfraquecimento do PT
Os resultados eleitorais de 2024 evidenciam um enfraquecimento do PT no Rio Grande do Norte. A governadora Fátima Bezerra, que já enfrenta um desgaste significativo devido a um governo considerado ineficiente por muitos, agora se vê com pouco respaldo de seu partido. Com apenas 7 prefeituras no estado, o PT terá que se engajar em complexas articulações políticas para tentar garantir a sucessão governamental em 2026.
União Brasil: A nova força de oposição
Com a conquista de prefeituras estratégicas, o União Brasil se posiciona como uma força central na oposição ao governo estadual. A liderança de Paulinho Freire em Natal e Allyson Bezerra em Mossoró coloca o partido no centro das discussões sobre a sucessão de Fátima Bezerra. A expressiva vitória de Allyson Bezerra com mais de 76% dos votos em Mossoró, somada à liderança de Paulinho Freire em Natal, fortalece a posição do União Brasil como a principal força de oposição no estado.
As peças do jogo político
Além do União Brasil, outros partidos como MDB, PSD, PP, PL, PSDB, Podemos e Republicanos permanecem como peças-chave no tabuleiro político do estado. Figuras importantes como o vice-governador Walter Alves (MDB), o senador Rogério Marinho (PL), o senador Styvenson Valentim (Podemos), o presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira (PSDB) e o ex-governador e ex-senador José Agripino (União Brasil) desempenham papéis cruciais nas articulações políticas e na formação de alianças. A habilidade de articulação e liderança da governadora será testada nos próximos anos, e o sucesso ou fracasso de sua gestão poderá definir o futuro político do PT no Rio Grande do Norte.
Conclusão
O cenário político potiguar em 2024 é marcado por uma reconfiguração das forças partidárias. O enfraquecimento do PT e a ascensão do União Brasil indicam uma mudança significativa que poderá influenciar as próximas eleições estaduais. A capacidade de articulação e formação de alianças será crucial para determinar quem assumirá o comando do estado em 2026. Até lá, o panorama político promete ser dinâmico e repleto de especulações sobre o futuro da governança no Rio Grande do Norte.