A Copa do Mundo irá coroar neste domingo, 17, um novo tricampeão. A partir do meio-dia (horário de Brasília), Argentina e França decidem o Mundial do Catar, e quem vencer entrará para o seleto grupo de seleções com ao menos três conquistas. Apenas Brasil (campeão cinco vezes), Alemanha (4) e Itália (3) já atingiram esse feito.
Liderada pelo genial Lionel Messi, que fará diante de quase 90 mil presentes no Estádio Lusail sua última partida na história das Copas do Mundo, a Argentina volta a uma decisão após oito anos em busca de um título que não vem desde 1986. “Espero que, se for o último jogo de Messi, possamos ganhar a taça. Seria magnífico”, declarou o técnico Lionel Scaloni, certamente resumindo o desejo de milhões de torcedores.
Os argentinos, aliás, promoveram uma verdadeira invasão ao Catar e deverão ser maioria esmagadora nas arquibancadas do Lusail. Além disso, eles contam com o apoio de milhares de fãs de Messi que saíram de países da região para ver o ídolo de perto.
“Temos os melhores torcedores, nós vimos as imagens. Como não se emocionar?”, afirmou Scaloni. “A emoção maior é ver o povo, a rua (lotada), imagens incríveis chegando, gente assistindo o jogo pela TV atrás de uma cerca. Não estamos isentos. Já estivemos daquele lado da torcida em algum momento.”
O treinador assegurou que tem o time definido para o jogo, mas não revelou nem mesmo o esquema que deverá mandar a campo, com três zagueiros ou mais povoado no meio de campo. Desde que iniciou a fase decisiva, o técnico mudou o sistema de jogo três vezes, sempre se adaptando ao estilo do adversário. “Já decidi a equipe. Pode ser qualquer uma das opções… A forma como vamos sair amanhã (domingo) é a que pensamos poder causar mais estragos aos nossos rivais e que possamos nos defender melhor.”
A França, por sua vez, tenta se firmar como grande seleção deste início de século. Campeã em 1998, vice em 2006 e melhor do mundo novamente há quatro anos, a equipe do técnico Didier Deschamps tem no indomável Kylian Mbappé e no cerebral Antoine Griezmann suas principais armas para conter o ímpeto argentino e reinar soberana no futebol mundial.
Os europeus têm na lembrança o bom resultado da última Copa, quando França e Argentina se enfrentaram em um grande jogo nas oitavas de final. Na ocasião, os franceses venceram por 4 a 3 e eliminaram os argentinos. Sete jogadores daquele grupo estarão à disposição no jogo deste domingo.
Apesar disso, Deschamps rechaçou qualquer paralelo entre as partidas. “Não vou comparar, não adianta”, disse neste sábado. “O contexto de uma final é sempre especial. Há um lado emocional que pode ser diferente, dependendo do jogador.”
O treinador, no entanto, ressaltou que sua comissão técnica está bem cercada de informações sobre a Argentina. “Neste Mundial foram disputadas seis partidas, com jogadores diferentes e diferentes sistemas. Temos três observadores que viram todos os jogos, e isso nos permite ter informações muito precisas.”
Assim como aconteceu desde que convocou a seleção francesa, Didier Deschamps talvez precise adaptar a equipe a uma nova leva de desfalques. No treino de sexta-feira, em que começou a definir o time para a final, ele não pôde contar com cinco jogadores. Varane, Konaté e Coman apresentaram um quadro gripal. Autor do primeiro gol diante do Marrocos, Theo Hernández sofreu bastante naquele jogo e reclama de dores no joelho direito. Por fim, o volante Tchouaméni sentiu um desconforto no quadril.
A presença ou não deles dependeria do treino do sábado, que foi fechado à imprensa na maior parte do tempo. De qualquer forma, o técnico procurou não transformar as dúvidas em uma dor de cabeça. “Essa incerteza sempre nos ronda e precisamos estar bem preparados para a partida com a Argentina. Lionel Scaloni teve que superar desafios também… E em todas as partidas, nós conseguimos sair vitoriosos”, lembrou Deschamps.
ARGENTINA X FRANÇA
ARGENTINA – Emiliano Martínez; Molina, Romero, Otamendi e Acuña (Tagliafico); De Paul, Paredes, Enzo Fernández e Mac Allister; Messi e Julián Álvarez. Técnico: Lionel Scaloni.
FRANÇA – Lloris; Koundé, Varane, Konaté (Upamecano) e Theo Hernández; Tchouaméni, Rabiot (Fofana), Dembélé, Griezmann e Mbappé; Giroud. Técnico: Didier Deschamps.
ÁRBITRO – Szymon Marciniak (POL).
HORÁRIO – 12h (de Brasília).
LOCAL – Estádio Lusail, no Catar.
ONDE ASSISTIR – Globo, SporTV, Fifa+ e CazeTV.
*Com informações de Terra/ Fotos: Reuters