A crise na saúde pública do Rio Grande do Norte se intensifica. Após a paralisação dos trabalhadores terceirizados do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, ocorrida na terça-feira (21), nesta quarta-feira (22), foi a vez dos médicos vinculados à Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed-RN) suspenderem as cirurgias de alta e média complexidade realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em seis hospitais particulares de Natal.
A paralisação, iniciada às 7h, afeta os hospitais Liga Contra o Câncer, Rio Grande, Paulo Gurgel, Memorial, Hospital do Coração e Varela Santiago. Cerca de 160 médicos, que realizam em média 3.700 procedimentos mensais, suspenderam cirurgias cardíacas, pediátricas, oncológicas, ortopédicas e de hemodinâmica.
O movimento ocorre por tempo indeterminado e foi motivado pelo atraso no pagamento de aproximadamente R$ 4 milhões, referente ao mês de dezembro, que deveria ter sido quitado em 20 de janeiro. O governo do estado havia previamente negociado o adiamento da quitação, mas não realizou o pagamento na nova data nem justificou o atraso, segundo a Coopmed-RN.
A Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) foi procurada para esclarecer a situação, mas até o momento desta publicação, não se manifestou sobre os pagamentos em atraso ou a retomada dos serviços.
A paralisação soma-se a uma série de problemas enfrentados pela saúde pública no estado, gerando preocupação entre pacientes e profissionais da área. A continuidade do impasse pode comprometer ainda mais o atendimento à população.