A baixa mobilização de movimentos sociais para os atos programados para amanhã, 8 de janeiro, quarta-feira, está gerando preocupação no Planalto e no Partido dos Trabalhadores (PT). O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja realizar três cerimônias no Planalto com a presença dos outros Poderes, seguidas por um ato público na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, onde também se espera a mobilização social.
Apesar dos esforços do PT e de movimentos sociais, como as centrais de trabalhadores, para engajar militantes e garantir a presença da base, até o momento, a adesão tem sido modesta. A baixa mobilização é atribuída ao fato de o evento ocorrer em um dia útil, além do temor de possíveis confrontos e violência. O Planalto, por sua vez, tem destacado que o ato é voltado às lideranças políticas e não é um evento de massa, enquanto os articuladores petistas afirmam que a ação será “animada”.
No entanto, membros do governo e aliados do PT já reconhecem que a participação social será limitada. Convites e imagens têm sido compartilhados em grupos de WhatsApp, apelando para que as pessoas compareçam “com suas famílias”. O próprio presidente Lula exigiu a presença de todos os ministros, o que fez com que alguns interrompessem suas férias para comparecer.
Ainda assim, a resposta tem sido aquém das expectativas. Partidos da base governista e movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) estão mobilizando suas redes e buscando meios de transporte, como aluguel de ônibus e vans, especialmente de estados vizinhos, como Goiás, para garantir a presença em Brasília.
A presença de um público expressivo é vista como essencial para o sucesso do evento. Com a proximidade das eleições de 2026, a avaliação é de que o governo não pode se dar ao luxo de realizar um ato com baixa adesão. Este ato tem um peso especial, pois o governo Lula assume o protagonismo, diferente do ano passado, quando o evento foi promovido pelo Congresso Nacional com a presença dos três Poderes, e o presidente participou como convidado.
A preocupação com a mobilização remonta a um episódio recente, o 1º de Maio de 2024, quando Lula ficou irritado com o PT paulista após o tradicional comício trabalhista em São Paulo ter sido mal frequentado. A experiência negativa é um alerta para o governo, que busca evitar um cenário semelhante amanhã.