Neste sábado (01/02), o PSDB do Rio Grande do Norte foi agitado pela adesão do senador Styvenson Valentim. A chegada de Styvenson ao partido, em meio a um cenário político instável e repleto de incertezas, coloca o PSDB diante de um dilema que pode redefinir seu futuro no estado.
Atualmente, o partido possui uma das maiores bancadas da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), com seis parlamentares estaduais: Ezequiel Ferreira, Dr. Bernardo Amorim, Galeno Torquato, Kleber Rodrigues, Nelter Queiroz e Ubaldo Fernandes. Apesar dessa expressiva representação, o PSDB ainda carece de uma bancada na Câmara Federal, o que limita sua projeção no cenário nacional. Além disso, vive uma dicotomia interna entre deputados alinhados ao governo Fátima Bezerra (PT) e aqueles com posturas oposicionistas, como Nelter Queiroz, ou mais moderadas, como Galeno Torquato.
Ezequiel Ferreira, presidente do PSDB e da Assembleia Legislativa, tem se esforçado para manter a unidade do partido, mas a situação tem se tornado cada vez mais complexa. Seu alinhamento com o governo Fátima Bezerra, que enfrenta uma crescente insatisfação popular, tem prejudicado a imagem do partido e, especialmente, a do próprio líder. Embora Ezequiel tenha sido uma figura relevante, perdeu a chance de consolidar uma candidatura ao governo em 2022, ao se submeter à pressão da governadora. Sondagens na época indicavam que, se tivesse seguido com a candidatura, poderia contar com o apoio de mais de 100 prefeitos, o que certamente o impulsionaria. No entanto, esse episódio gerou desgaste, refletido nas pesquisas, e sua posição no comando da sigla está cada vez mais vulnerável.
Por outro lado, a entrada de Styvenson Valentim no PSDB pode ser vista como uma jogada estratégica. O senador, líder nas pesquisas para o Senado e apontado como um forte nome para disputar o governo em 2026, surge como uma alternativa ao desgaste de Ezequiel. Sua adesão coloca em xeque a liderança de Ezequiel e ameaça o status quo dentro do partido, sinalizando um possível redirecionamento da política tucana no estado. A ascensão de Styvenson reflete o descontentamento da população com o governo Fátima Bezerra, e sua postura independente o coloca em um patamar distinto do grupo de Ezequiel.

A chegada de Styvenson ao PSDB, formalizada neste sábado (01/02), também traz à tona uma série de questionamentos sobre o futuro da sigla no estado. Apesar de contar com uma base sólida na ALRN, a falta de uma estratégia definida para a disputa ao governo e o cenário interno dividido colocam o partido em uma encruzilhada. Ezequiel, Kleber e Ubaldo, alinhados ao governo Fátima, podem ver suas posições ameaçadas pela entrada de Styvenson, que, embora tenha declarado que seu foco está na reeleição ao Senado, já se consolidou como um nome de oposição ao governo estadual. A presença de Styvenson pode ser determinante para um redirecionamento da sigla, colocando-a em confronto com o grupo atualmente dominante. A incerteza sobre o futuro do PSDB no RN é palpável, e os próximos movimentos da sigla serão decisivos para entender o caminho que ela tomará.
Enquanto isso, a política no estado parece caminhar para um intenso confronto entre a oposição liderada pelos senadores Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (PSDB) e o grupo de aliados de Fátima Bezerra, com o PSDB assumindo uma posição estratégica no meio dessa disputa. A lógica política, embora incerta, sugere que o grupo de Ezequiel, Kleber e Ubaldo pode estar sendo superado pela força crescente de Styvenson. A verdadeira batalha agora parece ser pela liderança do partido, e aqueles que não souberem se adaptar a essa nova realidade podem perder espaço no novo cenário. Fátima Bezerra, já reeleita governadora, deve apoiar seu sucessor, deixando o foco político para os próximos desdobramentos eleitorais.
Os próximos capítulos dessa história devem trazer mais clareza sobre o futuro do PSDB no Rio Grande do Norte. Porém, por ora, a única certeza é a incerteza que envolve a sigla, em meio a um cenário que se molda rapidamente e exige dos principais líderes muito mais do que resistência. Eles precisarão, acima de tudo, de reinvenção.