O primeiro debate com os candidatos à presidência da República neste domingo (28), às 21h, contará com a presença de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) lado a lado, junto de Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Luiz Felipe d’Ávila (Novo). Organizado por um pool formado pelos canais Band e Cultura, jornal Folha de S. Paulo e portal UOL, o encontro teve as últimas presenças confirmadas na tarde deste sábado (27).
Lula confirmou a presença em uma postagem no Twitter no começo da tarde, com a reprodução de uma imagem da agenda do smartphone com a marcação do debate e os dizeres “nos vemos na Band amanhã, 21h horas”.
Já a presença de Bolsonaro foi confirmada por Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, à Folha de S. Paulo durante a tarde, um dia depois de o presidente dizer à rádio Jovem Pan que ainda estava decidindo se iria ao encontro. “Não estou batendo o martelo, mas devo estar domingo. Eu vou ser fuzilado, vão atirar em mim o tempo todo, que eu sou um alvo compensador pra eles. Mas, acredito que a minha estratégia vai dar certo, porque as perguntas eu já me preparei como fazê-las. As respostas vão ser simples, não devo nada”, disse.
Um pouco mais cedo, Fernando Mitre, diretor nacional de jornalismo da Band, postou no Twitter uma mensagem dizendo “Anúncio para este domingo: todos no debate”, seguida de uma imagem promocional do programa com os seis candidatos.
Os seis candidatos foram convidados pelo pool com base na representação de seus partidos na Câmara dos Deputados. Pela ordem definida em sorteio, Lula e Bolsonaro ficarão lado a lado no estúdio do programa. Veja abaixo:
- Luiz Felipe d’Ávila (Novo)
- Soraya Thronicke (União Brasil)
- Simone Tebet (MDB)
- Jair Bolsonaro (PL)
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
- Ciro Gomes (PDT)
Os candidatos que não comparecerem terão seus lugares mantidos vazios no estúdio, segundo ficou definido nas reuniões com os representantes dos partidos.
O debate terá aproximadamente 2 horas e 40 minutos de duração divididos em quatro blocos de perguntas entre os candidatos e de jornalistas das quatro empresas de comunicação. O sorteio que definiu a posição dos candidatos no estúdio do debate e a dinâmica de cada bloco também definiu a ordem das perguntas.
Como serão os blocos do debate
O primeiro bloco será dividido em duas partes. Na primeira, cada candidato irá responder a uma pergunta definida pela produção do programa, em um minuto e meio, na ordem em que vão estar posicionados no estúdio.
Logo depois começa a rodada de perguntas e respostas entre eles, com Bolsonaro escolhendo quem vai responder, seguido por Ciro, d’Avila, Soraya, Lula e Simone. A pergunta terá de ser feita em um minuto, com resposta e tréplica em 4 minutos a serem administrados pelo escolhido. Aquele que perguntou terá um minuto para a réplica.
No segundo bloco, seis jornalistas das empresas de comunicação fazem perguntas sobre temas pertinentes da sociedade, também com quatro minutos que serão divididos entre resposta e réplica, como o candidato considerar melhor. Os respondentes serão escolhidos pelos próprios jornalistas.
Os candidatos voltam a perguntar entre si no terceiro bloco, com Simone Tebet abrindo a rodada seguida de Soraya, Ciro, Bolsonaro, Lula e d’Avila. A dinâmica de tempo será a mesma do primeiro bloco. Este bloco também terá uma rodada de perguntas definidas pela produção do programa.
Por fim, no quarto e último bloco, cada candidato terá um minuto para as considerações finais. Possíveis alterações na ordem das perguntas ainda não foram definidas caso algum candidato falte ao debate.
Mitre diz que o debate tem como objetivo ajudar o eleitor a “comparar e observar os estilos, ideias e programas [dos candidatos], porque os políticos estarão muito à vontade. As regras permitem a eles um espaço absolutamente adequado para que exponham suas propostas”.
“O debate mostra quem são os candidatos, quais são as suas propostas. Isso faz com que o eleitor possa escolher melhor e eleger aquele que será o próximo presidente do Brasil”, completa José Roberto Maluf, presidente da TV Cultura.
De acordo com a produção do debate, em caso de ofensa moral e pessoal, o candidato poderá solicitar ao mediador um direito de resposta imediatamente após o término da fala de quem estiver com a palavra. O mediador submeterá a avaliação ao comitê formado por quatro jornalistas do pool e um advogado. A resposta será dada ainda no mesmo bloco. Na hipótese de deferimento do pedido de resposta, serão concedidos 45 segundos.
Estratégias para o debate
Os candidatos que confirmaram presença no debate de domingo (28) afirmaram que vão usar o espaço para mostrar suas ideias em um encontro “de alto nível”, em temas como erradicação da miséria, educação, economia, entre outros.
Ciro Gomes afirmou, ainda, que “só uma nova cumplicidade, só botando o povo na jogada, esclarecendo quais são as causas desse problema [desigualdade social] para a gente achar os caminhos de solução, e há solução. O Brasil é um dos raros países do mundo que tem alternativas e eu estou tentando a oportunidade para mostrar que o país pode fazer uma grande e esperançosa virada”.
Já Simone Tebet disse que vai para o debate sem uma estratégia definida, que pretende mostrar quem ela é e as propostas de governo. “É ser o que eu sempre fui, autêntica. Se tiver estratégia eu deixo de ser o que sou. É falar a verdade, olhar nos olhos das pessoas, mostrar que a gente realmente se importa. Ainda não consigo enxergar no Brasil aquilo que queremos pra todos, que é igualdade e oportunidade”, disse.
Soraya Thronicke considera que o debate “é a ferramenta que o eleitor tem para poder avaliar as propostas e os propósitos dos candidatos. É indispensável oferecer o debate a quem vota, em nome da democracia. Nos debates, pretendo mostrar que tenho um diferencial no que tange os outros candidatos – a substituição dos tributos federais por um só imposto”, disse em nota à Gazeta do Povo.
Também em nota, Felipe d’Avila confirmou a presença no debate e disse que “entre as pautas que podem ser abordadas pelo candidato estão o voto útil, economia e educação”.
As campanhas de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva também foram procuradas pela reportagem, mas não se pronunciaram.
Transmissão e outros debates
Além dos canais em TV aberta e dos portais de internet, o debate também será transmitido pelas rádios Bandeirantes, BandNews FM e educativas espalhadas pelo Brasil que desejarem, a partir das 21h de domingo (28).
Além deste debate, também estão marcados os seguintes encontros:
13 de setembro – TV Aparecida
Organizado pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o debate será em uma terça-feira, às 21h. Os detalhes da dinâmica e candidatos ainda não foram definidos.
24 de setembro – CNN Brasil e SBT
As duas emissoras formaram um pool para organizar o debate, junto da revista Veja, jornal O Estado de São Paulo, rádio Nova Brasil FM e portal Terra. A Gazeta do Povo pediu mais detalhes às duas emissoras sobre os candidatos que já confirmaram presença, mas não teve retorno até o fechamento desta reportagem.
29 de setembro – TV Globo
A emissora vai fechar o ciclo de debates do primeiro turno em uma quinta-feira após a novela das 21h. De acordo com a TV Globo, os convites aos candidatos ainda não foram feitos.
A RedeTV! realizaria um debate com os presidenciáveis em 2 de setembro, mas, segundo a emissora, o evento foi cancelado.
Gazeta do Povo