O Conselho Universitário da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), localizada em Mossoró, no Oeste potiguar, decidiu encaminhar ao Ministério da Educação (MEC) um ofício solicitando a destituição da professora Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira do cargo de reitora da instituição. A decisão foi tomada após a professora ter seu título de doutora cassado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) devido a acusações de plágio em sua tese de doutorado apresentada em 2011.
Em uma reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (31), o Conselho Universitário apreciou o relatório expedido por uma comissão instituída para elaborar um parecer sobre o caso. O veredito acatou representações assinadas pela Associação dos Docentes da Ufersa, pelo Diretório Central dos Estudantes e pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior, que sustentam que o título de doutoramento é necessário para a investidura e exercício do cargo de Reitor(a) da Universidade, de acordo com a legislação vigente.
Caso o pedido de destituição seja acatado pelo MEC, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da Ufersa deverá identificar o professor doutor mais antigo no quadro da Universidade, que assumirá como Reitor pro tempore (temporário) e terá a incumbência de, no prazo de 60 dias, organizar uma nova lista tríplice para a definição de um novo reitor.
Ludimilla Oliveira foi a terceira colocada na consulta feita à comunidade acadêmica em junho de 2020, para definição do reitor da Ufersa. No entanto, ela foi nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto daquele ano, mesmo com o Ministério Público Federal tendo ingressado com uma ação contra a nomeação, alegando que o presidente não seguiu a votação da comunidade acadêmica. O pedido foi negado pela Justiça Federal, que considerou que a prerrogativa conferida ao Presidente da República de nomeação de reitor e vice-reitor de universidade federal não configura intervenção indevida na autonomia universitária.
A reitora Ludimilla se pronunciou sobre a decisão e afirmou que seguirá no cargo, pois o caso está judicializado, e a última palavra ainda não foi dada.