A partir deste domingo, o portal Rede News 360, numa parceria com o portal Gazeta do Oeste, lança uma série de entrevistas com segmentos diversos da população, em suas múltiplas atividades. Uma forma de colaborar com o debate e a construção de um Rio Grande do Norte melhor tendo como foco a pluralidade da informação e a opinião dentro de um espaço democrático.
Nossa primeira conversa é com o ex-prefeito do município de Governador Dix-sept Rosado, médico Anax Vale, que também é pré-candidato a deputado estadual. Nesta entrevista, ele aborda detalhes de como tem sido a condução desse momento inicial, da nominata que está sendo preparada pelo seu partido o Democratas, que vem se transformando no União Brasil dentro de uma fusão com o PSL e das suas intenções, caso conquiste uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
Anax também avalia o desempenho dos deputados estaduais que representam a região Oeste, fala de pandemia e das suas propostas com foco na saúde da população. Confira:
Por Gilberto de Sousa
REDE NEWS – O que o motivou a decidir disputar uma vaga na Assembleia Legislativa?
ANAX VALE – Eu acho que a gente tem condição de contribuir, na Assembleia Legislativa com a nossa região. Sabemos que nossa região já tem alguns deputados estaduais, mas a gente acredita que quanto mais esforço conjunto, quanto mais pessoas, quanto mais objetivos melhor. E quais objetivos seriam esses? O desenvolvimento para a nossa região. Então, nós estamos colocando nosso nome à disposição para ser mais um a se somar aos que já estão aí, para que possa cobrar junto ao Governo do Estado, nas mais diversas situações, como na área da saúde, desenvolvimento social, indústrias, empresas e, então, mais desenvolvimento para nossa região. Isso me motivou nesse momento a ser pré-candidato a deputado estadual.
RN – O senhor foi prefeito de Governador Dix-Sept Rosado, um importante município do Oeste e, certamente, tem absorvido muitos problemas enfrentados pela população. Dentro desse contexto, quais as carências prioritárias que o senhor identifica nesses municípios menores que, mesmo sendo de pequeno porte, possuem potências que podem contribuir para se desenvolverem muito mais?
AV – São as mais diversas. Eu penso muito na saúde, principalmente. E eu posso falar na saúde, pois sou médico. Eu penso, sendo eleito para a Assembleia Legislativa, trabalhar para que a gente possa descentralizar serviços. E são os mais diversos serviços. Temos como exemplo o vizinho estado do Ceará que conta com 26 policlínicas que prestam serviços de especialidades médicas. E cada policlínica dessas tem um centro de especialidades odontológicas. Esse projeto é financiado com dinheiro do ICMS. Ou seja, quando o dinheiro do ICMS entra no Estado do Ceará, automaticamente já é recolhido para estes consórcios de saúde. Trata-se, portanto, de um serviço belíssimo. Atendimento em massa para a população, para as pessoas. São consórcios de saúde. Uma das minhas lutas seria a descentralização dos serviços de saúde e dentre eles os serviços intermunicipais bancados pelo Governo do Estado. Você imagina que isso diminui muito a hospitalização, o custo com efetivos. Você está identificando doenças precocemente, está dando assistência melhor à população daquelas regiões. Então é isto uma das nossas bandeiras na Assembleia Legislativa.
RN – Fala-se muito principalmente na capital e através daqueles que chegam ao poder, tanto na esfera de governo, quanto nos cargos proporcionais como os deputados estaduais, por exemplo, na interiorização de ações, em todos os sentidos. No turismo, por exemplo, ou em outros serviços. E o senhor como representante dessa região, vai lutar também por isso? Para que a interiorização das ações de governo seja realmente concretizada?
AV – É lógico. Porque precisa de investimentos por parte do Estado. E como eu acabei de dizer, investimentos nas mais diversas áreas como infraestrutura e saúde. E a interiorização ela só acontece com pleno desenvolvimento, com o estado crescendo. A nossa região é importante nesse sentido. Aqui nós temos o petróleo, o sal, a fruticultura. Temos serviços que são muito fortes e, você vê as cidades de nossa região muito pobres. Sem serviços e vivendo de FPM. Então, nossos representantes, têm que trabalhar para que isso não só fique nas cidades da região metropolitana de Natal, mas que venha aqui para o Oeste, o Seridó, o Agreste, o Alto Oeste. É um trabalho que eu penso que tem que ser feito pela Assembleia Legislativa e eu logicamente me colocarei à disposição.
RN – Quer dizer, daí a necessidade de ter representantes nesta região?
AV – Exatamente. Por isso eu disse aqui que na nossa região temos alguns representantes, mas eu quero me somar aos que estão aqui, para que a gente possa ter mais força política e consiga trazer os serviços do Estado pra cá.
RN – Qual a avaliação que o senhor faz dos deputados da região que estão lá? Estão trabalhando a contento?
AV – Eu acredito que sim. Dos nossos deputados, a gente vê grande movimentação. Temos o Doutor Bernardo, Getúlio, Izolda por Mossoró. Temos lá pelo Alto Oeste o Galeno, Raimundo Fernandes e outros. Eles executam o seu trabalho da melhor maneira possível. Vejo alguns cobrando na Assembleia Legislativa, lutando pelos interesses da nossa região. Mas como eu disse, também quero fazer parte desse grupo. Quero dar minha contribuição à nossa região estando lá na Assembleia Legislativa.
RN – E como tem sido esse trabalho inicial? Articulações, contatos, acomodação partidária?
AV – Eu não tinha experiência nisso. A experiência política era restrita ao município de Governador Dix-Sept. Mas eu estou gostando, é diferente pra mim. A gente tem contato com muitas pessoas. A gente anda pelo nosso estado, vê os problemas, conhece a fundo os municípios quando começa a andar e a conversar. É completamente diferente. Estou começando e gostando de conhecer melhor nosso estado e a captar formas de como eu possa contribuir detendo um mandato de deputado estadual. Tenho conversado muito com as pessoas, algumas vão se agregando ao projeto e outras já tem compromisso e não podem no momento. Mas estamos realizando o nosso trabalho e tentando viabilizar nossa pré-candidatura para que ela chegue lá em setembro muito forte e consiga com o nosso bloco, disputar uma das vagas na Assembleia Legislativa.
RN – Nesses contatos, tem como conseguir reunir informações extraídas dos anseios populares para dar vazão a projetos?
AV – Com certeza. Porque a gente conversa sobre o que está acontecendo na cidade, quais são os problemas que estão afligindo a população. As pessoas nos repassam e a partir daí vamos formando uma ideia daquilo que, se Deus quiser, nós vamos estar lá para trabalhar e buscar solucionar.
RN – O senhor está no DEM numa fusão aí com o PSL para formar o partido União Brasil. E como tem sido esse trabalho? Como tem sido trabalhado o partido?
AV – O partido está se movimentando na formação de uma nominata com nomes valorosos. E acredito que vá conseguir isso. Uma nominata que possa ter uma equidade entre os seus candidatos, que possa haver uma boa disputa, uma boa política no partido. A gente espera os candidatos, todos no mesmo nível. E estamos conversando semanalmente. Então eu acredito que o Democratas terá sim uma nominata que pode me eleger deputado à Assembleia Legislativa.
RN – O senhor como médico, nesse momento que o País atravessa, com essa pandemia, avaliando o momento político, como tem sido, em sua opinião, essa condução pelo poder público?
AV – O que a gente percebeu, desde o início da pandemia até os dias atuais, é uma grande desinformação. E isso prejudicou muito o combate num primeiro momento, quando se tratava do distanciamento social, o uso de máscaras e houve uma certa desinformação nesse sentido. Posteriormente, houve a desinformação com relação à vacinação. E a gente observa hoje que nós temos uma onda de Covid. Só que o índice de mortes é relativamente baixo comparado ao ano passado, antes da vacinação. Então, 70% da população brasileira já estão vacinadas. Começou agora a vacinação das crianças. Eu acho que o caminho efetivo é a vacinação e logicamente manter aquelas medidas de afastamento, uso de máscaras e outras medidas sanitárias. Acredito que daqui a uns meses nós estaremos fora dessa pandemia.
RN – Essa ressaca com reflexos na economia, por exemplo, pode perdurar muito ainda?
AV – O sistema de saúde foi muito castigado, a economia do nosso País também. Nós estamos vendo o reflexo aí. Ou seja, o custo de vida do cidadão hoje é muito alto. As pessoas que hoje vivem com um salário mínimo têm dificuldade de se manter e manter sua família com dignidade. Já estamos sofrendo essa ressaca. Mas acredito que as medidas que o governo federal está tomando, os governos estaduais, as prefeituras, para que esse problema seja solucionado, estão tendo efeito para que a situação melhore.
RN – O senhor acha que passada a pandemia, o esforço que foi feito em relação à saúde vai melhorar o atendimento depois disso? Houve um avanço nesse sentido?
AV – Olha, o que a gente viu muito foram hospitais de campanha sendo levantados e depois, em alguns momentos, no ano passado, foram desativados. A gente observa que foram investidos recursos no combate à pandemia, logicamente vai ter reflexos isso.
RN – Mas o senhor acredita numa atenção melhor à saúde a partir de agora?
AV – Nós esperamos sim. Que os governos, tanto federal, estadual e municipal possam continuar fazendo os investimentos necessários. Sabemos aí, voltando aqui para o nosso Estado, que os hospitais regionais estão sucateados. O financiamento do governo federal ao SUS é muito baixo. Uma consulta, uma cirurgia paga pelo SUS tem valor irrisório. Esse contexto deve ser levado em consideração. Ou seja, investimentos nos nossos hospitais, em projetos novos, nas policlínicas como a gente falou aqui. Aparelhamento e modernização dos hospitais. Melhorar os preços do sistema SUS. E tudo isso tem que ser feito em conjunto para que haja um desenvolvimento e a área da saúde melhore. Que a população possa contar.
RN – E o senhor como médico, aí é um foco que não pode ser desviado?
AV – É lógico. Eu vou estar lá cobrando isso. Principalmente na minha área. Logicamente a gente vai estar por lá para fazer essas cobranças, ajudar, sugerir e fiscalizar a aplicação dos recursos. Não só na saúde, mas em todas as áreas, a social, educação, segurança. Vamos estar lá pra isso.