O primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Rio Grande do Norte, realizado nesse domingo (7) na Band RN, serviu como apresentação para os postulantes à vaga, com exceção de Fátima Bezerra (PT). Com grande audiência, chegou a ultrapassar as 10 mil pessoas simultâneas no YouTube, sem contar a TV aberta.
Fátima começou arrasadora, o formato facilitou no primeiro bloco. Ficou muito claro que ela foi a única que realmente mergulhou em sua preparação para o debate. Por gerir o Estado, tem recursos, conhecimentos dos números e uma equipe que com certeza lhe preparou bem, Fátima é disciplinada.
Já Fábio Dantas (Solidariedade) não começou bem. No primeiro bloco começou mal e apenas “levantou a bola” para a governadora. Porém, do segundo bloco em diante, o debate se tornou um tiroteio para Fátima e o ex-vice governador aproveitou e foi quem finalizou melhor.
Independente do que ela queira, Fátima caiu em duas armadilhas. Ainda no primeiro bloco, ela pediu três direitos de resposta e saiu da parte técnica, onde começou tão bem, e focou no discurso de politização e se sentiu extremamente incomodada com as críticas a sua gestão. Na minha visão a governadora cometeu outro erro, foi ter escolhido Fábio como seu grande adversário no debate.
Fábio, com o tempo passando, cresceu. Ficou mais seguro durante o debate, implementou o que vem destacando durante sua campanha em entrevistas e puxou para municipalização.
No caso de Styvenson Valentim (Podemos), ele sofreu com a bipolaridade: por duas vezes confundiu o debate com um ringue. Duas “pegadinhas” em que Styvenson caiu não foram jogadas por nenhum candidato, ele mesmo foi de encontro. Uma foi a pergunta de Fátima sobre as mulheres e outra sobre os policiais de Danniel Moraes (PSOL). Em ambos os casos, não houve agressão, apenas perguntas, mas o senador retrucou ao jeito dele, também bateu recorde de caras e bocas. O senador foi bem em defender suas ações no senado.
Danniel Morais, fez o papel que coube ao PSOL. Para quem imaginou que iria acontecer uma dobradinha entre seu partido e o PT, se enganou.
Ele foi o mais incisivo sobre a gestão de Fátima, principalmente na área da saúde, destacando a situação do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel por várias vezes. Daniel foi muito mal em tentar defender o projeto do PSOL que defende “os pequenos bandidos”. Styvenson foi no queixo dele.
Apesar de ter acertado em puxar para o bolsonarismo, Clorisa Linhares (PMB) demostrou não ter conhecimento de alguns assuntos do RN, além de ter ficado muito nervosa, o que é normal para o 1º debate. Sua finalização no debate, em que fez uma oração – mesmo defendendo a família e questões religiosas – foi apelativo. De toda forma sai melhor que entrou, teve uma grande visibilidade.
No final, fica a dúvida se Fátima irá a outros debates, já que os formatos não irão facilitar. Fábio Dantas, por sua vez, acabou com excelência.
PROPOSTAS
Poucas propostas foram apresentadas. Pouquíssimas.
CONCLUSÃO DO DEBATE
Para resumir, apesar de Fátima ter iniciado de forma arrasadora, o debate não foi bom para ela. Principalmente porque vários recortes de suas falas irão servir para contestação pública: na imprensa e no programa eleitoral e sua gestão foi atacada por todos os adversários em todas as áreas.
Tenho dúvidas se a governadora irá em outros debates no 1º turno, principalmente se o formato for o da BAND da noite deste domingo.
O debate nem tirou e nem levou voto para ninguém, mas é muito importante para analisarmos os candidatos.
A BAND está de parabéns, assim como a amiga Ana Ruth Dantas pela apresentação. Golaço.
BG