Em outubro, as queimadas no Brasil aumentaram 66%, segundo dados do Monitor do Fogo, da rede de sustentabilidade ambiental MapBiomas. Em um mês, 3,4 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo, 1,3 milhão de hectares a mais do que no mesmo mês de 2021.
Dentre os biomas atingidos, nenhum queimou tanto como o Cerrado, onde 1,8 milhão de hectares foram destruídos pelas chamas – um crescimento de 196% em relação a outubro do ano passado. O aumento da prática na Amazônia também foi superior à média nacional: 74% a mais que no mesmo mês de 2021.
Nos últimos 10 meses, 15,2 milhões de hectares foram queimados no Brasil, uma área maior que o estado do Ceará, um crescimento de 11% em relação ao mesmo período no ano passado. A maior parte da área consumida, 72%, foi de vegetação nativa, em sua maioria, formações savânicas e campestres.
Cerca de 2,4 milhões de hectares de florestas foram queimados no Brasil de janeiro a outubro – um aumento de 80% em relação ao total registrado durante todo ano de 2021. Com aproximadamente dois milhões de hectares de floresta afetados, a Amazônia concentrou 85% dos incêndios florestais, quase dobrando os índices de queimadas em um comparativo com o ano anterior. Esse número foi 111% maior do que a área de floresta queimada no mesmo período em 2021 (976 mil ha). Considerando a área total queimada na Amazônia, e não só a de florestas, o crescimento em relação ao ano passado foi de 34%.
Só o Mato Grosso respondeu por um em cada quatro hectares queimados. Pará e Tocantins ocupam o segundo e o terceiro lugar no ranking, com 2,5 milhões de hectares e 2,2 milhões de hectares queimados, respectivamente. Juntos, esses três estados respondem por 54% de toda a área queimada no país até outubro.
Todavia, boas notícias vieram da Mata Atlântica e do Pantanal. Este último apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos. O Monitor do Fogo contabilizou uma queda de 87% em relação aos dez primeiros meses de 2021. O mês de outubro, no entanto, trouxe uma área queimada equivalente ao dobro do total queimado nos meses anteriores.
A Mata Atlântica, por sua vez, teve a menor área atingida pelo fogo desde 2019, com exceção dos primeiros meses do ano (janeiro e fevereiro), devido a uma queimada na região próxima ao Parque Nacional Ilha Grande.
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