O líder do governo na Câmara, o deputado federal José Guimarães (PT-CE), disse na noite desta quarta-feira, 19, que, caso aconteça a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, a base petista vai “ajudar”.
“Se o Congresso quiser instalar a CPMI, estamos prontos para ajudar, inclusive para investigar”, declarou o petista. “Vamos colaborar, vamos para dentro e vamos querer que a CPMI apure tudo, para que a verdade seja cada vez mais explicitada para o país.”
A “mudança” de discurso do líder acontece depois que a CNN Brasil divulgou imagens que mostram a presença do então ministro-chefe Marco Edson Gonçalves Dias, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, quando os prédios dos Três Poderes foram depredados.
Depois de uma reunião repentina convocada pelo presidente Lula, Dias pediu exoneração do governo. Segundo Guimarães, os partidos da base vão ser os primeiros a indicar os membros do colegiado.
No Senado, o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), exclamou em alto e bom som que “quer a CPMI”.
“Ouçam bem claramente: queremos a investigação”, afirmou Rodrigues. “Queremos porque no 8 de janeiro tivemos três vítimas neste país: a República, a democracia e o atual governo. Não fomos os algozes do 8 de janeiro, nós somos as vítimas.”
Até então, membros do governo eram contrários à instalação da CPMI e tentavam deixar as investigações com a polícia e o Judiciário. Contudo, o cenário mudou após a demissão de Gonçalves Dias do cargo de ministro-chefe do GSI.
Governo contra CPMI
Desde que a oposição protocolou a CPMI, o governo tenta retirar assinaturas do requerimento, represando emendas aos parlamentares que mantivessem o apoio ao pedido. A ação resultou no recuo de nove deputados.
No Congresso, o governo atuou — por intermédio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) —, para adiar a sessão por três vezes. Mesmo com as investidas, o deputado federal André Fernandes (PL-CE), autor da CPMI, coletou 194 assinaturas de deputados e 37 de senadores. A sessão para a leitura do requerimento está marcada para a quarta-feira 26.
Revista Oeste