Perto de concluir o desenho da nova Esplanada dos Ministérios, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem sido alvo de forte pressão para escolha de um ministro evangélico. Há pedidos para ocupar Turismo e Pesca, por exemplo.
O momento é considerado delicado por lideranças religiosas, com quem a CNN conversou, que ainda não receberam acenos do novo governo de que haverá um evangélico no primeiro escalão e dizem que isso poderá influenciar no relacionamento com Lula.
A comparação com a gestão de Bolsonaro, devido a quantidade de ministros evangélicos, tem sido usada nas articulações para pressionar a equipe de Lula. Algumas lideranças fazem lista de quais áreas ocupavam antes. Durante o atual governo, seis evangélicos presbiterianos e batistas, entre eles pastores, chegaram a ser indicados em diferentes momentos para o comando de ministério. São eles: o atual ministro do STF, André Mendonça, que ocupou as pastas da Advocacia Geral da União e a da Justiça; a ex-ministra de Direitos Humanos, Damares Alves; nas Comunicações, o ex-ministro Fábio Faria; Onix Lorenzoni, que começou o governo Bolsonaro como ministro da Casa Civil; Milton Ribeiro, na Educação e até o nome de Carlos Decotelli, também da Educação, que não chegou a assumir mas é colocado na lista.
Além de ministros, havia evangélicos em cargos de segundo escalão, como o ex-presidente da Capes Benedito Guimarães; Danilo Dupas, presidente do Inep e a coordenadora de materiais didáticos do MEC, Sandra Lima. A avaliação é de que estas posições foram para indicados políticos sem ligação com os evangélicos.
A senadora do Cidadania, Eliziane Gama, tem feito a interlocução de Lula com os movimentos evangélicos. A parlamentar sugeriu que artistas gospéis participassem da festa da posse. Ao menos dois músicos evagélicos, Cleber Lucas e Leonardo Gonçalves, estarão entre as atrações.
CNN Brasil