O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello criticou hoje a operação da PF (Polícia Federal) que cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas que, em um grupo de WhatsApp, defenderam um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro de 2022. As mensagens foram reveladas pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.
O que o ex-ministro declarou? Ao site Poder360, o ex-STF disse que a operação de hoje, que foi autorizada pelo ministro do Supremo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, viola a liberdade de expressão dos empresários.
Ele também negou que seja saudosista da Ditadura Militar ou outros regimes de exceção, porém comentou que estar em uma democracia é ter que lidar com pessoas que atentam contra ela e que defender qualquer regime não pode ser tido como um crime. Filhos do presidente e apoiadores do chefe do Executivo também criticaram a operação.
Qual é a opinião de Marco Aurélio? Para defender a democracia, não podemos colocar em 3º plano a liberdade de expressão. Esses cidadãos sequer têm prerrogativa de serem julgados pelo STF. (…) Quero conviver em um Estado em que as ópticas diversificadas sejam respeitadas. Alguém pode preconizar uma revolução. Temos que ver a ressonância.
Ainda que não tenha sido o mais discreto dos magistrados, Marco Aurélio Mello passou a ser mais claro em suas manifestações desde julho do ano passado, quando se aposentou. Logo nos primeiros dias após deixar o colegiado, ele afirmou que o Supremo foi responsável por “ressuscitar” politicamente Lula.
UOL