Com as finanças apertadas, o Exército Brasileiro encontrou uma alternativa para garantir o financiamento de atividades culturais ligadas à Força: a adesão à Lei Rouanet. A medida permite que empresas patrocinem projetos culturais em troca de benefícios fiscais, ajudando na captação de recursos para diversas iniciativas.
Recentemente, o Ministério da Cultura autorizou as instituições militares a utilizarem a Lei Rouanet para financiar suas ações culturais. A Fundação Cultural do Exército, por exemplo, apresentou dois projetos importantes, um dos quais visa a popularização da música erudita, e o outro busca ampliar a oferta de experiências imersivas no Forte do Brum, em Recife.
O primeiro projeto é voltado para apresentações da Banda Sinfônica do Exército, com um orçamento estimado de R$ 690 mil. A proposta visa realizar shows musicais com a finalidade de promover a música clássica ao público geral, tornando-a mais acessível à população.
O segundo projeto, mais ambicioso, propõe a criação de “Experiências Imersivas no Forte do Brum”. Com um custo estimado em R$ 3,6 milhões, o projeto visa transformar o acervo do Museu Militar do Forte em uma experiência interativa para os visitantes, além de modernizar a infraestrutura do local, melhorando a segurança, acessibilidade e a oferta de recursos multimídia.
Esses projetos fazem parte de uma estratégia mais ampla para financiar as atividades culturais do Exército, especialmente em um momento de contenção de gastos. O governo federal espera economizar R$ 4 bilhões do Ministério da Defesa, que inclui o Exército, nos próximos dois anos. Para isso, diversas medidas de ajuste fiscal estão sendo implementadas, como o fim de benefícios pagos a familiares de militares expulsos das Forças Armadas, além do aumento da idade mínima para a reserva remunerada, que passará de 50 para 55 anos.
Outra proposta em discussão é a elevação do desconto dos militares aos fundos de saúde para 3,5%, além do fim do pagamento de pensão para parentes como pais e irmãos, após a concessão do benefício a cônjuges e filhos.
Essas ações são parte de uma tentativa do governo federal de equilibrar as contas públicas, ao mesmo tempo que preserva iniciativas culturais relevantes, como as do Exército, que buscam promover a cultura brasileira e democratizar o acesso à história e à arte.