Um homem de 32 anos foi detido depois de ser flagrado atuando como médico para a concessionária que administra a rodovia Presidente Dutra. Em um acidente no último domingo (13), ele ordenou a amputação da perna de um homem preso às ferragens e o procedimento despertou suspeitas por parte de outros profissionais de saúde no local.
Gerson Lavísio usava um diploma falso e confessou que exercia a profissão ilegalmente. Ele foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF) e foi detido ontem, em Pindamonhangaba (SP).
Segundo a polícia, o acidente que levou à suspeita foi registrado no domingo, em um engavetamento envolvendo três caminhões em Lavrinhas, a 230 km da capital paulista. Um motorista de 36 anos ficou com uma perna presa às ferragens e o homem ordenou que o membro fosse amputado — o procedimento, realizado ainda na rodovia com técnica considerada duvidosa, chamou a atenção de outros médicos da equipe, que, logo em seguida, acionaram a Polícia Rodoviária Federal.
Ao consultarem os documentos do suspeito, os policiais descobriram que ele usava um CRM que estava em nome de outro profissional, já falecido. O falso médico então foi levado à delegacia da Polícia Civil onde prestou depoimento e teria confessado não ser médico.
“Policiais rodoviários federais receberam denúncia sobre um indivíduo que estaria trabalhando como médico ilegalmente e foram até o local citado, onde detiveram o suspeito. Ele confessou que não é médico, apenas fez curso de socorrista. O suspeito foi liberado após assinatura de um termo circunstanciado”, explicou a SSP (Secretaria de Segurança Pública), em nota.
A concessionária CCR RioSP, que administra a rodovia e é responsável pelo serviço de socorro na via, explicou que Gerson atuava como funcionário terceirizado e foi desligado logo após a ocorrência.
“A Concessionária RioSP lamenta muito o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares. O falso médico foi desligado imediatamente e não presta mais serviços à terceirizada Enseg, empresa contratada pela concessionária. Infelizmente também fomos vítimas desta fraude que se consumou com o exercício ilegal da profissão, atingindo a todos”, disse a empresa no texto.
“Desde o dia do acidente, realizamos diversas apurações técnicas e estamos prestando apoio às autoridades competentes na investigação do acidente e vamos procurar os familiares em seguida para prestar toda a assistência necessária para minimizar os danos causados”, conclui o comunicado.
UOL