Pacientes que dependem de medicamentos controlados enfrentam sérios desafios para obter os remédios necessários no Rio Grande do Norte, devido à escassez de receitas especiais, conhecidas como “receitas amarelas”. Em clínicas de Natal, médicos têm deixado de prescrever esses medicamentos por falta do documento, comprometendo a saúde de muitos pacientes.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que as receitas amarelas, utilizadas para prescrever entorpecentes e certos psicotrópicos, não podem ser emitidas diretamente pelos médicos ou estabelecimentos de saúde. Em vez disso, elas são enviadas pela Subcoordenadoria da Vigilância Sanitária (Suvisa) do RN, após a solicitação dos profissionais.
Escassez de estoque e alta demanda
Em entrevista à rádio 98 FM, o técnico Cícero Belarmino de Oliveira, da Suvisa-RN, explicou que o órgão adquiriu 10 mil blocos de receitas amarelas para 2024, o que equivalia a 200 mil receitas. No entanto, devido à alta demanda, o estoque foi esgotado em outubro de 2024, cinco meses antes do previsto.
A Suvisa-RN já fez a encomenda de uma nova remessa de 20 mil blocos, que deverá ser entregue em até 10 dias. A expectativa é que a situação esteja normalizada até 15 de fevereiro de 2025, com o envio das receitas para médicos e estabelecimentos de saúde. Esta nova remessa será suficiente até março de 2026, com um total de 400 mil receitas.
Orientação para profissionais de saúde
Enquanto a nova remessa não chega, a Suvisa-RN orienta os profissionais de saúde a utilizarem cautela e moderação ao prescrever medicamentos controlados. A recomendação é que as receitas sejam liberadas somente em casos de extrema necessidade. O órgão também informou que ainda há algumas receitas disponíveis na sede da Suvisa, sendo liberadas sob demanda para os casos urgentes.
Risco para pacientes
Sem o acesso a esses medicamentos, pacientes que necessitam de controle rigoroso de suas condições de saúde, como transtornos psiquiátricos e dependência química, correm o risco de ter seus quadros agravados, o que pode resultar em sérias consequências para seu bem-estar.
A falta de recursos e a alta demanda têm colocado a Suvisa-RN em uma situação difícil, exigindo uma gestão mais eficiente do estoque para garantir o atendimento à população que depende desses medicamentos. Enquanto isso, os pacientes e profissionais de saúde aguardam uma solução urgente para a continuidade do tratamento.