No cenário estimulado da pesquisa mais recente da Exatus/Agora RN para o governo do Estado, divulgada na última quinta-feira, 11 de agosto, a governadora atual Fátima Bezerra, do PT, que tinha 38,8% na pesquisa anterior realizada em maio pelo mesmo instituto, teve uma queda de 6,3 pontos percentuais, mas continua liderando com 32,5%. O senador Styvenson Valentim, do Podemos, o último candidato a se apresentar para o governo, que tinha 11,8% em maio, subiu para 18,4%, enquanto Fábio Dantas, do Solidariedade, um nome de oposição que gerava expectativas, caiu para o terceiro lugar com apenas 8,95%, mesmo após diversos anúncios de apoio de prefeitos.
A pesquisa foi feita com 2 mil entrevistas em 60 cidades do Estado e registrada no Tribunal Superior Eleitoral com os números BR-07073/2022 e RN-05987/2022, e já indica um segundo turno entre Fátima e Styvenson. Além disso, a pesquisa mostrou que 16,95% dos entrevistados estão indecisos, enquanto 16,9% afirmam que votarão em branco, nulo ou não votarão.
Observa-se que o governo de Fátima, aprovado por apenas 36,2% dos potiguares e desaprovado por 46,15%, de acordo com a mesma pesquisa da Exatus, não conseguiu ir além do pagamento dos servidores, mesmo com o Rio Grande do Norte registrando sucessivos recordes de arrecadação própria. Foram arrecadados mais de R$ 15 bilhões enquanto a governadora pagava o valor de R$ 1 bilhão deixado por Robinson. O estado tem 3,4 milhões de habitantes, mas a impressão é que Fátima governa apenas para os servidores do Estado. Tudo o que tem a mostrar é o pagamento da folha em dia.
Essa ineficiência é sentida pelos potiguares em diversas situações. Além da precariedade na saúde, educação e segurança, enquanto o IBGE registra uma queda no desemprego em 22 estados no segundo trimestre deste ano, o Rio Grande do Norte está entre os estados com a sexta maior taxa de desemprego do país.
Sem incentivos, o setor de serviços do estado teve o pior resultado para junho desde 2011, com uma queda de 6%.
Falta planejamento no governo de Fátima. Recentemente, o Departamento de Estradas de Rodagem do RN admitiu não ter nenhum planejamento para a recuperação das rodovias estaduais. Esse serviço tem sido feito às pressas neste ano eleitoral, de acordo com as pressões dos prefeitos e dos diretórios municipais do partido da governadora.
Disputa para o Senado
A Exatus também pesquisou as intenções de voto dos potiguares para o Senado. Carlos Eduardo Alves, do PDT, ex-prefeito de Natal e candidato da chapa de Fátima Bezerra, lidera com 23%, seguido de perto pelo ex-ministro Rogério Marinho, do PL, com 18,75%. Rafael Motta, do PSB, aparece em terceiro lugar com 9,4%.
Em comparação com a pesquisa anterior, Carlos Eduardo subiu de 22,85% para 23%, Rogério Marinho subiu de 12,65% para 18,75% e Rafael Motta subiu de 5,15% para 9,4%.
Os que não sabem/não responderam representam 23,7% dos votos, e os votos brancos/nulos/ninguém somam 22,6%. Em quarto lugar na disputa pelo Senado Federal está Dário Barbosa (PSTU), com 1,5%, seguido por Freitas Júnior (Psol), com 1,05%.
Observa-se que, mesmo sendo bastante rejeitado, inclusive dentro do próprio grupo governista, Carlos Eduardo continua liderando, aparentemente devido à sua força na capital.
A incompreensão de muitos potiguares em relação ao papel de Rogério Marinho como relator da Reforma Trabalhista do governo Temer, que também é incompreendida, tem sido um grande obstáculo para o ex-ministro.
Rafael Motta se apresenta como um nome simpático, mas em um momento inoportuno, devido à polarização entre o projeto de reeleição de Fátima Bezerra e o bolsonarismo.