Na complexa dinâmica da política potiguar, a governadora Fátima Bezerra, do PT, novamente evidencia sua dificuldade em lidar com derrotas. Ontem, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, agindo de forma digna de reconhecimento, rejeitou uma proposta que poderia impor um ônus adicional de mais R$ 700 milhões em ICMS aos cidadãos potiguares somente em 2024.
A proposta em questão visava manter a alíquota temporária de 20% em 2024, originalmente aprovada para vigorar apenas em 2023. Sua justificativa residia na necessidade de garantir a arrecadação do estado e prevenir possíveis perdas a partir de 2029, conforme previsto na Reforma Tributária em análise no Congresso Nacional. No entanto, a governadora alertou para a iminência de um “colapso fiscal” caso a medida não obtivesse aprovação.
O episódio não só destaca a divergência da Assembleia em relação à estratégia proposta, mas também ressalta a postura adotada pela governadora diante da situação. Em vez de aceitar democraticamente a decisão dos parlamentares, Fátima Bezerra parece ter optado por uma estratégia questionável: mobilizar a parte militante e sub-remunerada da imprensa potiguar para perseguir aqueles que votaram contra sua proposta, incluindo parlamentares de sua própria base de apoio.
Essa reação, mais próxima de uma tentativa de transferir a culpa pelo desastre administrativo, resultou em uma enxurrada de manchetes que colocam a Assembleia Legislativa no centro das críticas. No entanto, essa estratégia parece ser falha, pois, ao invés de desviar a atenção, tem suscitado discussões sobre a possibilidade de um impeachment contra Fátima Bezerra. Motivos não faltam.
No meio dessa contenda, são os cidadãos potiguares que verdadeiramente sairão prejudicados, pois, alheios aos bastidores políticos, anseiam por uma administração eficiente e focada no bem-estar coletivo. Enquanto isso, a Assembleia Legislativa e a governadora permanecem em lados opostos desse embate político, deixando em aberto o futuro político da gestão de Fátima Bezerra.