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Governo Lula mantém sigilo sobre pesquisas de opinião enquanto libera dados da gestão Bolsonaro

Decisão da CGU destaca que dados do atual governo só serão divulgados ao final do mandato.

Foto: André Borges/EFE

Em uma decisão controversa, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por manter em sigilo os resultados das pesquisas de opinião encomendadas pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) desde o início de sua gestão, em 2023. Em contrapartida, os dados de levantamentos realizados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) devem ser divulgados ainda neste trimestre.

De acordo com parecer da Controladoria-Geral da União (CGU), apresentado em novembro de 2024, as pesquisas encomendadas pela gestão petista são classificadas como “documentos preparatórios” e, portanto, não estariam sujeitas à divulgação imediata. A CGU destacou que os dados poderão ser tornados públicos no final do mandato de Lula ou após a implementação das políticas públicas relacionadas a cada levantamento.

A Secom justificou o sigilo argumentando que a publicação antecipada dos resultados poderia gerar “pressões externas” e manipular a opinião pública, prejudicando a execução de propostas em andamento. No entanto, a mesma Controladoria determinou a publicidade de pesquisas realizadas na gestão anterior, que incluem temas como programas sociais, juventude e conjuntura nacional.

Contratos milionários e temas abordados

As pesquisas de opinião foram realizadas pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (Ipri), divisão da empresa FSB, por meio de um contrato de R$ 13 milhões, assinado em 2022. Do total, R$ 9,8 milhões correspondem a levantamentos feitos sob a gestão Lula, que incluíram temas como avaliação dos 100 dias e do primeiro ano de governo, além de questões sobre endividamento da população, perfil da classe média e o conflito no Oriente Médio.

No governo Bolsonaro, as pesquisas custaram R$ 3,2 milhões e abarcaram assuntos como o programa Auxílio Brasil e a percepção pública sobre inclusão social. Um dos últimos levantamentos, realizado em dezembro de 2022, ocorreu após a derrota do ex-presidente nas eleições.

Críticas e dúvidas sobre transparência

O sigilo das pesquisas de Lula tem gerado críticas. Apesar da Secom alegar que informações gerais sobre os levantamentos já estão disponíveis em seu site, os detalhes — como perguntas específicas e resultados — permanecem ocultos. A secretaria também considerou os pedidos de divulgação como “desarrazoados”, citando uma portaria de 2023 que restringe o acesso a informações que possam gerar prejuízos à sociedade.

Entre os temas mais sensíveis tratados nas pesquisas do governo petista estão a percepção popular sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, relacionados à tentativa de golpe, e a Operação Sequaz, da Polícia Federal, que investigou um suposto plano do PCC contra autoridades. Este último tema gerou polêmica após declarações de Lula classificando o caso como uma “armação” do ex-ministro e senador Sergio Moro (União Brasil-PR).

Procuradas pela imprensa, a CGU e a Secom não se manifestaram sobre a decisão de manter os dados sob sigilo. A questão levanta debates sobre a transparência na gestão pública e o impacto da decisão no controle social das ações governamentais.

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Written by Eryx Moraes

Eryx Moraes é um jornalista potiguar de destaque, nascido em 25 de março de 1985 em Felipe Guerra, RN. Com uma carreira brilhante e apaixonado pela comunicação, ele se tornou influente na região, conquistando o respeito dos mossoroenses e sendo agraciado com a cidadania mossoroense. Sua experiência inclui passagens por rádios e jornais impressos, abordando com competência temas diversos, desde política e economia até outros assuntos.

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