Na Santa Casa de Rondonópolis, no estado do Mato Grosso, uma história de dor e esperança tem emocionado profissionais de saúde e familiares. Joyce Sousa Araújo, de apenas 21 anos, foi diagnosticada com morte cerebral no início de janeiro, após sofrer um aneurisma. Ela é mantida por aparelhos com o único objetivo de salvar seu bebê, pois estava no sexto mês de gestação.
Joyce, que já era mãe de duas meninas, de 3 e 7 anos, começou a sentir fortes dores de cabeça após engravidar. Apesar de nunca ter apresentado problemas neurológicos antes, as dores se intensificaram em dezembro de 2024. Em Jaciara, onde a família reside desde que se mudou de Tocantins para Mato Grosso, Joyce desmaiou e precisou de atendimento urgente. Após ser internada, ela foi transferida para a Santa Casa de Rondonópolis, onde passou por uma cirurgia.
Infelizmente, os esforços médicos não foram suficientes para reverter o quadro, e a jovem teve morte cerebral confirmada. Contudo, um fio de vida ainda pulsa: o bebê que ela carregava. A equipe médica decidiu mantê-la em aparelhos até que o feto atinja o sétimo mês de gestação, quando as chances de sobrevivência serão maiores.
João Matheus Silva, marido de Joyce, enfrenta com bravura os dias difíceis. Além de cuidar das filhas pequenas, ele acompanha de perto o estado de saúde de seu futuro filho. “A verdade é que eu não consigo acreditar no que está acontecendo. A pior parte é saber que as crianças vão crescer sem mãe”, desabafa emocionado.

A história de Joyce e sua família também envolve um desafio financeiro. João trabalha como ajudante em uma ferrovia e busca apoio para arrecadar recursos destinados ao traslado do corpo de sua esposa para Tocantins, onde será sepultada após o nascimento do bebê.
O caso tem mobilizado a comunidade local e a equipe médica, que se dedicam diariamente para garantir que a tragédia se transforme em um símbolo de esperança e renovação. Enquanto aguardam o desfecho dessa jornada, a força e o amor dessa família continuam a inspirar todos ao redor.