Erinaldo Silva
Após vazar uma imagem de uma reunião ocorrida na tarde de ontem, quinta-feira (20), entre os vereadores Carlin de Dandão (PSB) e Júnior Carlos (PSB) e os empresários Gyliard Oliveira (PSD) e Humberto Filho (PL), no gabinete de Carlin, quando supostamente a pauta seria a sucessão municipal e o pleito eleitoral do próximo ano, um encontro que indicaria uma possível união dos blocos políticos de oposição liderados pelo deputado estadual Neilton Diógenes (PL) e o empresário Gyliard Oliveira, liderados por Gyliard caíram em campo para refutar as informações que pautaram a coluna “RN em Tópicos” do empresário Gomes Sobrinho, na noite de ontem, neste portal, negando a união entre os referidos blocos e apontando Gyliard como o nome praticamente definido pelos partidos PSD e PSB para o embate contra o candidato do prefeito Alan Silveira (MDB), que deverá ser o empresário e atual chefe do gabinete civil, Luciano Moura (MDB). Ao refutar as informações, líderes de Gyliard desqualificam a postura do deputado Neilton, o qual é visto em cima do muro mesmo após ter sido preterido pelo prefeito Alan. Aliados de Gyliard apontam que Neilton segue no governismo, visto que vereadores do PL, partido de Neilton, seguem votando alinhados com o prefeito Alan na Câmara Municipal. Outros observadores da cena política apodiense entendem que, na verdade, Neilton está mesmo buscando alavancar o nome do seu cunhado, Humberto Filho, como opção para a oposição.
E o que percebo diante desta situação da política apodiense é que, de fato, a união da oposição ainda não é uma realidade. O desgaste do prefeito Alan Silveira é perceptível, o nome que vem sendo trabalhado por Alan para a sua sucessão é superável, o momento é muito propício para a oposição, que, diga-se de passagem, dispõe de excelentes nomes, mas o salto alto e o amadorismo ainda são características muito fortes no grupo, gerando fragmentação e enfraquecimento, situação que acaba realçando o favoritismo do candidato da prefeitura. Neste momento, a oposição tem tudo o que precisa para montar um palanque superior ao do governismo, mas pode sair do pleito de 2024 sem o que mais deseja: a prefeitura.
É inegável que Gyliard é um nome viável, haja vista a estrutura que ostenta e sua baixa rejeição. Inclusive, a rápida ascensão de Gyliard é algo que exige de Neilton uma posição mais clara diante do eleitorado de oposição, se realmente o parlamentar estadual deseja liderar o grupo. Gyliard está botando a cara, enquanto Neilton perde espaço por falar mansamente, como quem não sabe o que quer, ou já não tem mais a disposição de outrora para antagonizar com Alan. Entretanto, isoladamente, PSD e PSB não reúnem forças para derrotar a prefeitura. Se a oposição não segurar o PT de Agnaldo Fernandes e não tiver capacidade de atrair o PL de Neilton, por melhor que seja o nome de Gyliard, não adianta fantasiar. Perderá se Neilton indicar o vice do candidato da prefeitura ou se Neilton lançar uma terceira candidatura, sendo esta a situação menos provável, pois certamente teria menos viabilidade do que o projeto PSD/PSB.
Por fim, quero concluir pontuando o seguinte sobre a oposição de Apodi:
1º – O navio que leva o projeto PSD/PSB é bem estruturado, mas a condução é feita por um marinheiro de primeira viagem.
2º – Gyliard tem total viabilidade, mas precisa e deve parar a turma da marreta que anda destruindo pontes em seu nome.
3º – Neilton precisa sair de cima do muro para não acabar sobrando e isolado, mesmo com um mandato de deputado estadual em casa.
4º – A oposição precisa de Neilton e de união para vencer o candidato da prefeitura.
5º – Para chegar a Neilton e Humberto, Gyliard precisa da ponte que a turma da marreta está destruindo.
6º – O PT não deve ser menosprezado pela oposição, independentemente do que pensam a respeito de Agnaldo.
7º – O bloco formado pelo PSD/PSB desça do salto e entenda, de uma vez por todas, que Neilton não tem como única opção indicar o vice de Gyliard.
8º – Neilton e Gyliard entendam, de uma vez por todas, que a não união deles só pode produzir um resultado: Alan continuar no comando do município indiretamente.
