A classe média ficou mais endividada e inadimplente na passagem de abril para maio, segundo levantamos Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado nesta terça-feira (6).
No grupo, que tem renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 78,7% para 79,6%, e a inadimplência foi de 27,3% para 27,7%.
Para aqueles que ganham de cinco a dez salários mínimos, também houve aumento, de 77,8% para 78,0%.
A alta dos juros tem pressionado mais o orçamento de famílias de classe média, enquanto a expansão de políticas voltadas para os benefícios sociais aliviam os grupos de menor renda, conforme a CNC.
Em relação aos mais pobres e mais ricos, houve redução na proporção de endividados.
No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados caiu de 79% em abril para 78,7% em maio.
Na fatia com renda acima de 10 salários mínimos mensais, houve recuo de 75,3% para 75%.
Na média do país, a proporção de famílias com dívidas a vencer permaneceu inalterada pelo quarto mês consecutivo, em 78,3%, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O nível de endividados, porém, é maior do que há um ano, quando estava em 77,4%.
Entre os que declararam ter contas a vencer, 18% se consideram muito endividados, maior porcentual desde agosto de 2022.
“O endividamento dos consumidores permanece estável desde dezembro do ano passado, especialmente por conta do encarecimento e da seletividade das concessões de crédito pelas instituições financeiras. A taxa média de juros das concessões de crédito às pessoas físicas alcançou 59,7% ao ano em abril, o maior porcentual desde agosto de 2017, segundo dados do Banco Central”, justificou a CNC, em nota.
CNN Brasil com Estadão Conteúdo