Gomes Sobrinho
Mais um artigo das nossas domingueiras, deste escrevinhador para alguns poucos amigos que se deparam a ler. São lembranças que não quero esquecer. E neste domingo,vou me ater aos jogos no Estádio Manoel Leonardo Nogueira, o ‘Nogueirão’.
Eu recém chegado a Mossoró, gostava muito de futebol. Por lá, jogos sempre às quartas e aos domingos. Pouco dinheiro no bolso, apurado da venda de jornais que fazia diariamente.
Era muito difícil assistir aos jogos, pois o dinheiro não dava para comprar a entrada. De sorte que, neste tempo, tínhamos aquele espaço no campo, chamado ‘Geral’. O preço bem abaixo do das cadeiras, com as quais eu nem sonhava em sentar. Nem para as arquibancadas eu tinha condições financeiras para o acesso.
Torcedor alvirrubro que sou, ficava louco para ir aos jogos, pois nesse tempo ia assistir até os treinos e muitas vezes cheguei a completar o time jogando no campo do Colégio Diocesano.
Lembro demais de Damião Corina entregando o material e o peso dos tênis que a gente usava nos treinos. Tínhamos até dificuldade em correr, já que o campo era de areia. Mas era o que tinha no momento.
Esses mencionados tênis, eram produtos de doação por parte de uma loja chamada ‘Xepão’, por muito tempo instalada no centro de Mossoró. E essa oportunidade de participar dos treinos aumentava em mim, ainda mais, a vontade de ir ao Nogueirão. Gritar com os árbitros, incentivar o time em campo e etc.
Relatar certas astúcias de nós, jovens daquela época: É que comprávamos a entrada da ‘Geral’, mas no intervalo da partida, a gente tentava subir até a arquibancada. Algumas vezes dava certo, outras não.
Dentro do estádio, alguns quiosques de madeira e, nós, diante de uma oportunidade surgida, subíamos por ele e chegávamos até as arquibancadas, onde assistíamos o segundo tempo da partida. Aí já era motivo de muita alegria.
Na verdade, como disse, não eram todas as vezes que essa aventura dava certo. Geralmente quando os jogos aconteciam no período da noite.
E eu, acompanhado de mais uns três ou quatro colegas, voltávamos pra casa radiantes de felicidade. Coisas da adolescência.
São coisas boas, que jamais conseguiremos apagar das nossas mentes.
São lembranças que eu não quero esquecer.
Até a próxima!
