O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando a possibilidade de entregar a liderança do governo na Câmara dos Deputados a um parlamentar do Centrão. Atualmente, o cargo é ocupado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), que pode deixar a função para assumir o comando interino do Partido dos Trabalhadores (PT), caso Gleisi Hoffmann seja deslocada para um ministério.
Uma ala do PT defendia que Lula utilizasse essa movimentação para nomear o ex-ministro Paulo Pimenta, que foi demitido em janeiro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). No entanto, o presidente tem sido aconselhado a indicar um nome do MDB ou do PSD para substituir Guimarães, fortalecendo assim a articulação com o Congresso.
A estratégia visa melhorar a interlocução do governo com o provável futuro presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e outras lideranças do Centrão. Além disso, a nomeação de um representante do bloco poderia conter pressões para que um parlamentar do grupo fosse indicado a um dos chamados “ministérios palacianos”.
Desde o início da gestão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, setores do Centrão têm pressionado Lula para substituir o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), responsável pela articulação política do governo. O movimento faz parte de uma tentativa de ampliar a influência do grupo dentro do governo federal.
Com a sucessão de Guimarães em aberto, Lula avalia cuidadosamente os impactos da decisão, buscando manter o equilíbrio entre as demandas do PT e os interesses do Centrão, que tem se consolidado como um aliado crucial para a governabilidade.